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Recifense Juliana Notari, autora da obra Diva, é entrevistada pelo Itaú Cultural

Publicado em: 20/01/2021 17:09

Juliana Notari ao lado da intervenção Diva, no Agreste de Pernambuco (Foto: Divulgação)
Juliana Notari ao lado da intervenção Diva, no Agreste de Pernambuco (Foto: Divulgação)

A pernambucana Juliana Notari é a nova convidada da série Um Certo Alguém, com entrevista que será publicada no site do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br) nesta quinta-feira (21), a partir das 13h. Há 20 anos, a artista visual encontrou, na sede da associação Trapeiros de Emaús, no Recife, 22 espéculos de metal gravados com o nome Dra. Diva. Desde então, ela vem desenvolvendo diversos trabalhos relacionados aos usos do instrumento, abrindo, a partir deles, novos sentidos. A mais recente obra foi a intervenção realizada em uma montanha de Água Preta, na Mata Sul de Pernambuco. "Sempre me senti meio estranha no mundo, nos gostos, nos hábitos, mas é um estranhamento bom", responde ela entre as três perguntas que recebeu do Núcleo de Comunicação da instituição.

"Qual é a história de sua maior saudade? o que o emociona no dia a dia? Como você se imagina no amanhã? E quem é?". São as questões levantadas semanalmente na série, criada em junho de 2020. Elas abordam passado presente e futuro, de forma a aproximar, a cada nova edição, o público de artistas e pessoas do meio da arte e da cultura.

Atualmente a maior saudade da artista é de Belém, um lugar que visita há anos com frequência. "Descobri Belém quando expus meu trabalho no Salão de Arte Pará. Aquele lugar me encantou e, de certa forma, mudou minha maneira de produzir e trabalhar", conta. No dia a dia ela diz que mescla o espaço urbano e áreas mais isoladas em contato com a natureza. 


"Na cidade, imersos nesta conjuntura de sociedade neoliberal e neste mundo precário onde todos lutam pela sobrevivência e o tempo se torna dinheiro, me emocionam gestos e pequenas atitudes de pessoas que eu não imaginaria que teriam tal sensibilidade", reflete Juliana. Ela emenda: “a gente vive tão pressionado por este sistema capitalista que a sensibilidade vira essa poesia que há no ser humano. Na natureza, ela vem dos animais e das árvores, principalmente quando estou só".

Sobre o futuro ela considera difícil pensar no amanhã. "Ele foi retirado de nós. Não temos a possibilidade de pensar no futuro, principalmente no meio de uma pandemia", observa a pernambucana, que diante de si mesma sempre se sentiu meio estranha no mundo, nos gostos, nos hábitos, na maneira como se alimenta e comporta. "Meu apelido na adolescência era Carry, a Estranha. Esse estranhamento me possibilita deparar com a lida cotidiana, faz com que eu me abra para conhecer outros mundos que minha própria obra me apresenta – não à toa sou artista."

Para acessar as edições anteriores de Um Certo Alguém, clique aqui.
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