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CASO JOÃO ALBERTO

'Fogo nos racistas': Djonga participa de caminhada e ocupa loja do Carrefour em BH

Publicado em: 20/11/2020 22:39

O rapper participou de ato contra assassinato de homem negro nas dependências do Carrefour em Porto Alegre (Foto: Gladyston Rodrigues/EM)
O rapper participou de ato contra assassinato de homem negro nas dependências do Carrefour em Porto Alegre (Foto: Gladyston Rodrigues/EM)
A marcha dos manifestantes antirracistas, que ocuparam, nesta sexta-feira (20), a unidade do Carrefour anexa ao Shopping Cidade, no Centro de Belo Horizonte (MG), contou com um reforço significativo: o rapper Djonga. Símbolo da cultura negra nacional, ele participou do ato em memória de João Alberto Silveira Freitas, 40, assassinado por seguranças de uma das lojas da rede de supermercados, em Porto Alegre (RS).

Ao lado do grupo, Djonga caminhou do Carrefour situado entre a Rua Goitacazes e a Avenida Afonso Pena, à loja ao lado do Shopping Cidade. Assim como os outros participantes, participou da ocupação do estabelecimento.

Por cerca de 10 minutos, o músico e seus companheiros bradaram palavras de ordem. "Um, dois, três, quatro, cinco, mil: ou parem o genocídio ou paramos o Brasil" foi um dos cânticos entoados por ele.

O lema que compõe o título deste texto é comumente utilizado por Djonga para levantar a bandeira antirracista. É de uma das mais famosas músicas dele - Olho do Tigre - que deriva a expressão "fogo nos racistas". 

Rapper critica 'simples nota' do supermercado
Mais cedo, o supermercado da Goitacazes, em Belo Horizonte, foi fechado em virtude do ato antirracista. A reação da empresa à morte de João Alberto foi duramente criticada por Djonga. O Carrefour afirmou que considera o espancamento um "ato criminoso", mas o músico cobrou atitudes concretas que reflitam esse posicionamento.

"Essa resposta mostra o cinismo e a hipocrisia da maioria das grandes empresas a todas as situações de preconceito que rolam em relação a todas as minorias em nosso país e no mundo. Na hora de capitalizar essas lutas, todos contratam influências e dão jeitos de parecer que se preocupam com o que acontece em nosso país e nas periferias. Mas, no fundo, o sentimento real deles é traduzido nessas simples notas de repúdio", afirmou.

Djonga continuou: "Se, realmente, os caras acreditassem que isso é errado, não aconteceria mais, mas continua acontecendo. E, continuará enquanto a gente não estiver mais organizado e enquanto eles, para além da questão do racismo, forem quem controla tudo, como política, educação e cultura".

Neste ano, o músico foi indicado ao BET Hip Hop Awards, prêmio norte-americano, na categoria que condecora o melhor artista internacional. Embora não tenha vencido, fez história ao ser o primeiro brasileiro a concorrer.
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