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Macabro, filme brasileiro baseado no caso dos Irmãos Necrófilos, ganha debate em live
Macabro é um filme de gênero, um thriller policial moderno, ensaiando tipos narrativos ao estilo David Fincher. Lembra o próprio Tropa de elite em sua narração em primeira pessoa, do sargento Téo. Assemelha-se inclusive no seu ensaio de crítica: um sujeito que absorve a dureza do sistema, em seu racismo e seus excessos policiais, que incluem, inclusive (não é spoiler), o assassinato de um inocente no início do filme. O longa exibe em texto, no fim, que o personagem é baseado em um "tipo" policial do Rio de Janeiro. Tanto é que a tal cena da morte do inocente é baseada em um noticiário, quando o policial "confundiu" um guarda-chuva com um fuzil em uma operação.
A partir de um mote real, o filme foi construído através da busca de um equilíbrio pela história original, a ficcionalização e a responsabilidade de contar uma trama que envolve questões como miséria, raça, violência policial e de gênero. "Tínhamos duas opções: contar a história do ponto de vista dos meninos ou contar a história de fora. Para a segunda opção, a gente precisava de algum personagem, mas não tinha um que marcou tanto a história real. A gente pegou outra situação que aconteceu com o Bope, e ficcionalizou em cima disso. Assim como boa parte da história com outros personagens, para tensionar um possível peso de quem é a responsabilidade", explica Góes. "Inclusive, um dos meninos está preso e virou professor, que é um menino que nem sabem se participou dos crimes. Esse cuidado foi todo da história do Marcos Prado, que tem uma pesquisa muito imersiva nos casos que ele filma. Ele foi até em busca do advogado Ibraim, nos autos dos crimes, com os registros mais validados de testemunhas."
Fala-se muito de um cinema de gênero nacional, principalmente após os elogiados As boas maneira (2017) e Bacurau (2019), por exemplo. Mas vale ressaltar que esse tipo de filme nacional, inclusive baseado em um caso real, é muito anterior, remete aos anos 1960, em O bandido da luz vermelha, clássico de Rogério Sganzerla. Mas, de fato, Macabro parece acenar para esta nova leva de filmes, que buscam esse crivo estilístico e narrativo ficcional de ação a partir de casos reais. Interesse que parte não só da cena independente, mas de grandes estúdios nacionais, em busca de um tipo de narrativa muito consagrada principalmente no cinema norte-americano. E Macabro não será o único grande lançamento do tipo no ano. Outro filme baseado num crime real é A menina que matou os pais, baseado no caso Suzane von Richthofen e dirigido por Mauricio Eça. O longa teve a estreia adiada por causa da pandemia e está sem data de lançamento.
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