Diario de Pernambuco
Busca

Cinema

Site da Cinemateca Pernambucana disponibiliza mais de 250 obras gratuitas

Publicado em: 01/04/2020 18:29 | Atualizado em: 01/04/2020 18:37

 (Cena de Aitaré da Praia, de Gentil Roiz, que integra o Ciclo do Recife. Foto: Cinemateca Brasileira/Arquivo)
Cena de Aitaré da Praia, de Gentil Roiz, que integra o Ciclo do Recife. Foto: Cinemateca Brasileira/Arquivo
A Cinemateca Pernambucana, espaço destinado à catalogação, preservação, formação, pesquisa e difusão das produções do cinema feito no estado, reforçou sua plataforma online como opção de entretenimento e cultura durante o isolamento social causado pela pandemia do coronavírus. O acervo conta com mais de 250 obras - embora algumas delas ainda aguardem liberação de distribuidoras para reprodução. Para acessar, basta visitar o site cinematecapernambucana.com.br e procurar pela seção "Acervo".

No portal, é possível encontrar clássicos históricos como o documentário Recife no Centenário da Confederação do Equador (1924) ou os filmes do importante Ciclo do Recife (1923 - 1931), passando pela coleção de veteranos como Fernando Spencer, Geneton Moraes Neto, Jomard Muniz de Britto e Katia Mesel, além de produções recentes de Hilton Lacerda ou Gabriel Mascaro.

O portal da Cinemateca Pernambucana existe desde a inauguração do espaço físico, localizado no campus da Fundação Joaquim Nabuco de Casa Forte, Zona Norte do Recife, quando reunia 100 obras. Em dois anos, o projeto vinculado à Coordenação de Cinema da Fundaj veio expandindo essa quantidade de títulos online. Após o início da pandemia, a existência da plataforma repercutiu nas redes sociais, o que fez o número de filmes assistidos saltar de 100 para 4700 por dia, de acordo com Ana Farache, coordenadora do cinema da Fundaj e da Cinemateca. Por isso, o sistema se encontra um mais lento do que o normal.

"O intuito da Cinemateca sempre foi fazer com que as pessoas tivessem acesso aos filmes do Recife, também para que as novas gerações reconheçam que a nossa cidade tem muitos filmes antigos que merecem prestígio", diz Ana Farache. "Nosso catálogo é diverso, sendo uma oportunidade para quem se interessa pelo cinema pernambucano e deseja aprender um pouco mais. Além de filmes, existem muitas animações, curtas-metragens, séries televisivas. Destaco a série Olhar, Camilo Cavalcante, que conta com entrevistas com vários diretores".

O acervo da Cinemateca Pernambucana é dinâmico e vai sendo constantemente atualizado. Na plataforma, é possível acessar uma lista de filmes ou um catálogo com 50 diretores. Entre os veteranos, estão Ary Severo (1903 - 1994), fundador da Aurora Filmes e destaque do Ciclo do Recife, Fernando Spencer (1927 - 2014), diretor, roteirista e produtor que trabalhou como jornalista no Diario de Pernambuco por 40 anos, Geneton Moraes Neto, Jomard Muniz de Britto, Katia Mesel e outros.

Entre os mais contemporâneos, é sposível encontrar obras de Hilton Lacerda (incluindo making-off e cenas extras de Tatuagem), Gabriel Mascaro, Marcelo Gomes, Adelina Pontual, Camilo Cavalcante, Camilo Soares, Dea Ferraz, entre outros. O portal também dispõe de filmes com acessibilidade comunicacional para pessoas com deficiências visuais e auditivas, por meio da Audiodescrição, Libras e LSE.

Ciclo do Recife
O célebre período produtivo hoje conhecido como Ciclo do Recife realizou 13 longas-metragens, entre 1923 e 1931, quando os filmes norte-americanos invadem a capital pernambucana. A fase começou quando o ourives Edson Chagas, o gravador Gentil Roiz e o estudante de engenharia Luís de França Rosa (que adotou o nome artístico de Ary Severo) se conhecem e fundam a Aurora Film, no bairro de São José. 

Na plataforma da Cinemateca Pernambucana, é possível assistir cinco produções do Ciclo: Retribuição (1924), de Gentil Roiz, Jurando Vingar (1925), de Ary Severo, Aitaré da Praia (1925), de Gentil Roiz, A Filha do Advogado (1926), de Jota Soares, e Revezes (1927), de Chagas Ribeiro.

Infantil
O catálogo possui animações pernambucanas como Salu e o cavalo marinho, de Cecília da Fonte, A saga da asa branca, de Lula Gonzaga, A árvore do dinheiro (uma animação toda em cordel), de Marcos Buccini e Diego Credidio, entre outras.

Espaço físico
A Cinemateca Pernambucana está localizada na sede da Fundação Joaquim Nabuco, em Casa Forte. O espaço dispõe de áreas de pesquisa, convivência, cursos, exposição, acervo, além da Sala Geneton Moraes Neto, para projeções do acervo da cinemateca. Além de filmes, reúne acervos como roteiros, cartazes, fichas de produção e fotografias. O funcionamento é de terça a sexta, das 9h às 16h. Aos sábados, das 14h às 18h. O funcionamento está suspenso temporariamente por conta da pandemia.
Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL