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Em crescimento, serviços de streaming provocam mudanças no mercado audiovisual

Segundo dados do Ibope Conecta e Omelete Group, empresas como Netflix, Amazon Prime Video e HBO Go projetam arrecadar US$ 46 bilhões (R$ 180 bilhões), contra US$ 40 bilhões (R$ 156 bilhões) dos cinemas.

A força do streaming pode ser mostrada em números. Segundo dados do Ibope Conecta e Omelete Group, empresas como Netflix, Amazon Prime Video e HBO Go projetam arrecadar US$ 46 bilhões (R$ 180 bilhões), contra US$ 40 bilhões (R$ 156 bilhões) dos cinemas. Além disso, mostram que 76% das pessoas optam pelo streaming por conta do preço - os planos de TV por assinatura perderam cerca de 10% da audiência em 2019.

Aqui, tudo começou a partir da Netflix, a primeira e maior a chegar no mercado nacional. Ela surgiu ainda em 1997 como um serviço de locadora com um diferencial: entregava as mídias físicas na casa do cliente. Mas apenas em 2007 começou a investir no player de filmes online, forma pela qual se tornou conhecida no mundo todo. “No Brasil, o mercado de audiovisual por streaming começou a realmente funcionar com a Netf lix, em 2011. Foi um dos primeiros mercados que ela entrou também. A Netflix foi pegando um mercado que ninguém imaginou que existisse e fosse lucrativo. Mas ela já estava pensando nessa concorrência que viria em um futuro próximo”, explica, ao Viver, Leonardo De Marchi, doutor em comunicação e professor da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Stranger Things, série original da Netflix, é acusada por muitos especialista de ser baseada em algoritmos.

INDEPENDENTES
Não só de gigantes corporações vivem os streamings. Diversos serviços segmentados para públicos mais específicos estão disponíveis no Brasil. “Durante algum tempo, essa segmentação tem tudo para viver com as grandes plataformas. Mas é muito difícil saber se esses nichos vão se manter independentes por muito tempo, porque o custo de operação é muito alto. Não só os royalties dos direitos autorais, mas o investimento em inteligência artificial, a manutenção de algumas coisas”, diz Leonardo. Ainda que de futuro incerto, em meio aos grandalhões investindo no mercado, esses serviços segmentados tem seu público cativo e, nadando na direção contrária dos grandes acervos, buscam um conteúdo mais personalizado.

Streamings
AFROFLIX
Uma plataforma colaborativa com filmes, séries, vlogs, clipes e programas diversos realizados por pessoas negras, seja na direção, atuação ou produção.

Tamanduá tv
Possui catálogo de filmes, séries e documentários dedicado às artes e tem uma variedade de conteúdos educativos e especiais sobre arte nacional.

CRUNCHYROLL
Plataforma focada em animes e cultura asiática. Além de acessar em HD diversas temporadas de animações japonesas não tão acessíveis no Brasil, disponibiliza um leitor de mangás (quadrinhos).

DARKFLIX 
Especializada em filmes de terror, principalmente em clássicos 

MUBI
Focado em cinema mais cult e de autor, divide-se em serviço de vídeo sob demanda, com acervo mensal de filmes que muitas vezes nem estrearam no Brasil ou cinematografias clássicas, além da revista eletrônica The Notebook. Coordena também parcerias com instituições importantes da sétima arte como o Festival de Berlim e a distribuidora brasileira Vitrine.

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