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Academia da Berlinda lança novo disco para aliviar tempos turbulentos


Após quatro anos sem novidades de estúdio, a banda pernambucana Academia da Berlinda lançou, nesta sexta-feira (27), o álbum Descompondo o silêncio. O título não poderia ser mais apropriado em um momento de tensão e isolamento social, também porque a Academia sempre foi sinônimo de serenidade, animação e pernambucanidade. A estética híbrida, que une surf music com influências afro-caribenhas, latinas e nordestinas, criou uma sensação de familiaridade com o público. E são essas características que os ouvintes poderão contemplar em dez faixas inéditas.

Descompondo o silêncio nasceu de uma parceria com o Coala.Lab e foi gravado no Estúdio Marini, no Rio de Janeiro, sendo o primeiro álbum da Academia gravado fora de Pernambuco. Alguns complementos foram feitos no Estúdio Maruim, em Olinda. A produção foi do carioca Alexandre Kassin, responsável por trabalhos de nomes como Los Hermanos e Adriana Calcanhotto. A masterização ocorreu em Los Angeles, nos Estados Unidos, pelo engenheiro de som vencedor do Grammy Robert Carranza.

Capa de Descompondo do Silêncio.

As novidades sonoras são sutis, sempre passeando nessa seara da influência afro-cubana. Entre os destaques está Derrotas e vitórias, que segue as métricas típicas do cancioneiro moderno pernambucano. Estrela do Norte carrega tradições dos trovadores medievais à ciranda pernambucana. Semente do semba explora o semba, gênero nascido na Angola.

"Temos uma ideia de obra aberta, que vai sendo construída para dar continuidade à nossa trajetória", diz Tiné (voz, pandeiro e maraca), que compõe a banda ao lado de Urêa (voz e timbales), Yuri Rabid (baixo e voz), Gabriel Melo (guitarra), Hugo Gila (teclados), Irandê Naguê (bateria e percussão) e Tom Rocha (percussão e bateria).


"Sempre procuramos fazer trabalhos que possam carregar a nossa emoção e que nos represente. Para isso, precisamos de tempo. Não é por acaso que demoramos quatro ou cinco anos entre um álbum e outro. Gostamos de olhar e refletir o que está ao nosso redor."

Nas temáticas, a Academia segue falando sobre o cotidiano, mas numa perspectiva menos jocosa. "O álbum também reflete essa época do Brasil. Desse momento de angústia, de radicalismos, de tanta coisa errada acontecendo", diz Tiné. A música não para talvez seja a faixa que mais sintetiza essa ideologia geral do álbum, ressaltando a importância das canções em momentos difíceis, sejam individuais ou coletivos.

"Para mim, para você / Nossa voz nunca vai se perder”, diz a composição, apontando que esse é um disco sobre esperança, exatamente o que os fãs estavam precisando. "Lançar um álbum novo para nós é um ato espiritual e forte, pois sabemos que vai atingir muita gente", finaliza o vocalista.

Ouça o álbum Descompondo o Silêncio:

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