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Felicity Huffman deixa a prisão após ser condenada por fraude em vestibular nos EUA

Por: FolhaPress

Publicado em: 25/10/2019 21:59

Além dela, outras 51 pessoas foram acusadas de participar do esquema de fraude e suborno para que os filhos pudessem ingressar nas melhores faculdades americanas. (Foto: Joseph Prezioso /AFP
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Além dela, outras 51 pessoas foram acusadas de participar do esquema de fraude e suborno para que os filhos pudessem ingressar nas melhores faculdades americanas. (Foto: Joseph Prezioso /AFP )
Felicity Huffman, 56, deixou a prisão nesta sexta-feira (25) após cumprir pena de 14 dias em uma unidade prisional na cidade de Dublin, que fica perto de San Francisco na Califórnia. Ela foi a primeira mãe envolvida no escândalo de fraudes em admissões em faculdades dos Estados Unidos.

A atriz se declarou culpada de pagar para falsificar o exame de admissão universitária de sua filha mais velha, Sophia Grace Macy, e por ter iniciado o mesmo processo para sua filha mais nova, apesar de ter abandonado a ideia.

Huffman disse que sua filha mais velha não tinha conhecimento do esquema até ela ser presa em março deste ano - atriz foi detida pela polícia e, horas mais tarde, liberada após pagar fiança de US$ 250 mil (R$ 953 mil). Dias depois, a faculdade de primeira escolha de Sophia rescindiu seu ingresso.

O ator William H. Macy, marido de Huffman, não foi acusado pelo esquema. Além dela, outras 51 pessoas foram acusadas de participar do esquema de fraude e suborno para que os filhos pudessem ingressar nas melhores faculdades americanas, incluindo Yale, Stanford e a Universidade do Sul da Califórnia.

Ganhadora do Emmy por "Desperate Housewives", a atriz se entregou às autoridades da Instituição Correcional Federal em Dublin, na Califórnia, no dia 15 de outubro. A saída de acordo com a Reuters, estava prevista para ocorrer apenas no próximo domingo (27), mas uma porta-voz da unidade mencionou uma política que permite a libertação antecipada de reclusos cujo dia final de cumprimento da pena cai em um fim de semana.

Huffman se declarou culpada em maio deste ano por pagar US$ 15 mil (R$ 58 mil) a uma empresa de exames de admissão universitária, para que a nota de sua filha fosse melhor. Em carta enviada ao tribunal, a atriz disse que suas ações foram motivadas pelo medo.

"No meu desespero por ser uma boa mãe, eu me convenci de que tudo que estava fazendo era dar uma oportunidade para minha filha. Estou profundamente envergonhada do que eu fiz", escreveu a atriz, que foi indicada ao Oscar de melhor atriz por seu papel no filme "Transamérica" (2005).

Fraude em admissões em universidades
Em março de 2019, promotores federais norte-americanos indiciaram quase 50 pessoas por pagarem ou receberem milhões de dólares em propina para que candidatos fossem aceitos em algumas das melhores universidades do país.

Entre os acusados estavam as atrizes de Hollywood, como Felicity Huffman ("Desperate Housewives") e Lori Loughlin ("Full House"), além de empresários e técnicos esportivos de prestigiosas instituições de ensino como Yale e Stanford.

O esquema, que segundo o advogado Andrew E. Lelling é o maior escândalo de admissão em faculdades já analisado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, movimentou US$ 25 milhões (cerca de R$ 95 milhões) em suborno.

William "Rick" Singer, 58, administrou o esquema de extorsão por meio da empresa Edge College & Career Network, afirmaram promotores federais de Boston.

A acusação sustentava que Singer arranjava esquemas para que candidatos falsos fizessem as provas de admissão das faculdades no lugar dos filhos dos seus clientes ricos. Sua empresa também subornou treinadores para que aceitassem estudantes sem competência atlética.

Os pais pagaram dezenas de milhares de dólares pelos serviços de Singer. O dinheiro era mascarado como contribuição de caridade. "O que fazemos é ajudar as famílias mais ricas dos Estados Unidos a colocarem seus filhos na escola. Minhas famílias querem uma garantia", resumiu Singer aos promotores.

Lori Loughlin e seu marido, o estilista Mossimo Giannulli, também acusado, teriam acordado o pagamento de US$ 500 mil para que suas filhas fossem incluídas na equipe de remo da Universidade do Sul da Califórnia, apesar de não serem remadoras. As duas filhas do casal foram aceitas na instituição.

O casal também foi detido pela polícia. Giannulli, cuja fiança chegou a um milhão de dólares (R$ 3,8 milhões), foi liberado logo depois. O casal foi acusado de lavagem de dinheiro e fraude bancária, o que é passível de uma pena de até 40 anos de prisão.

No dia 22 de outubro, a atriz Lori Loughlin foi alvo de mais uma acusação relacionada ao escândalo de admissão de suas filhas em uma universidade dos Estados Unidos, o que aumenta a probabilidade de que passe algum tempo na prisão.

De acordo com a AFP, Loughlin, seu marido, e outros nove pais de alunos agora enfrentam também a acusação de conspiração para pagar subornos relacionados a programas federais, além das acusações anteriores. Os promotores dizem que eles pagaram em 2016 e 2017 para que as filhas entrassem na Universidade do Sul da Califórnia (USC) como membros da equipe de remo.
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