Viver

Mostra gratuita reúne novidades do cinema português no Recife

John Form, de João Nicolau, é um drama sobre adolescentes que se interessam por um homem mais velho. Foto: Divulgação

São sete longas-metragens lançados nesta década por diretores contemporâneos, mas que nunca foram exibidos no Recife. Todos trazem uma perspectiva atual do cinema português e, consequentemente, da realidade social do país. Entre as obras, documentários sobre arte ou regiões desprezadas, dramas que mostram como a crise econômica cria conflitos nas famílias, entre outros temas que conseguem fazer paralelo com a realidade brasileira. O festival de curta duração é gratuito e faz parte das comemorações dos 70 anos da Fundaj, iniciadas no último final de semana, com lançamentos de selos comemorativos e entrega de medalhas.

Fado Camané, do cineasta português Bruno de Almeida, desvenda o processo de criação de Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos. Foto: Divulgação

A curadoria foi realizada pela Fundaj com auxílio do Vice-Consulado de Portugal no Recife, que está completando 90 anos. “É uma oportunidade interessante, pois são coisas que não chegam aqui. Selecionamos filmes de vários gêneros, passeando entre documentário, drama e até terror, justamente para trazer uma visão plural do que está sendo produzido em um país que, culturalmente, ainda é nosso irmão”, diz Ana Farache, coordenadora do Cinema da Fundação.

Colo, de Teresa Villaverde, acompanha uma família que vive os efeitos da crise econômica que atingiu a Europa na última década. Foto: Divulgação

No sábado (27), às 20h, Correspondências (2016), uma co-produção de Portugal, Brasil, Grécia, Argentina e França, é um filme-ensaio no qual a realizadora, Rita Azevedo Gomes, encena a correspondência de 20 anos entre dois amigos: Sophia de Mello Breyner Andresen, poetisa que ficou em Portugal durante a era do estadista António de Oliveira Salazar, e Jorge de Sena, escritor português auto-exilado, primeiro no Brasil e depois nos EUA, que buscava liberdade diante do autoritarismo. No domingo (28), duas sessões. A primeira é John Form (2015), de João Nicolau, um drama sobre adolescentes que se interessam por um homem mais velho, e a segunda é o terror dramático A floresta das almas perdidas (2016), de José Pedro Lopes. 

“Acredito que Portugal tem feito um cinema instigante e forte, que mesmo muito preso às raízes da língua está despontando no mundo, apesar de vir pouco para o Nordeste. É um cinema que vale a pena adentrar, conhecer, debater. Porque, além de tudo o que proporciona, tem muita coisa a ver com o nosso modo de sentir, de ver o mundo, ou até mesmo de analisar de formas diferentes como a agente se aproxima de outras culturas”, finaliza Farache.

PROGRAMAÇÃO

Quinta-feira (25)
20h Fado Camané, de Bruno de Almeida

Sexta-feira (26)
18h20 Voltar à terra, de João Pedro Plácido
20h Colo, de Teresa Villaverde

Sábado (27)
20h Correspondências, de Rita Azevedo Gomes 

Domingo (28)
18h30 John From, de João Nicolau 
20h20 A floresta das almas perdidas, de José Pedro Lopes
 

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
Loading ...