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Última noite de eliminatórias do Concurso de Quadrilhas leva multidão ao Sítio Trindade

Publicado em: 23/06/2019 10:38 | Atualizado em: 23/06/2019 11:01

Quatro grupos se apresentaram na noite desse sábado (22). Foto: Samuel Calado/DP

O clima é de ansiedade. O público do Sítio Trindade, no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, assistiu nesse sábado (22), às últimas apresentações da primeira fase do 35ª Concurso de Quadrilhas Juninas Adultas. O evento teve início na última segunda-feira (17) e recebeu durante a semana cerca de 30 grupos no arraial. Desse quantitativo, ficam apenas doze, para concorrer ao pódio na final. Cada um deles receberá R$ 3 mil pela classificação e as cinco vencedoras serão premiadas com R$ 13 mil; R$ 9 mil; R$ 7 mil; R$ 6 mil; e R$ 5 mil, respectivamente. O resultado das finalistas será divulgado na próxima terça-feira (25). Na noite de ontem (22), se apresentaram duas juninas da comunidade do Morro da Conceição e duas na cidade de Goiana, na Região Metropolitana do Recife. 

A Junina Origem Nordestina é do Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife. Foto: Samuel Calado/DP

A Origem Nordestina, do Morro da Conceição foi a primeira a entrar em cena. O grupo trouxe o espetáculo “Para todo fim… um recomeço”, que celebrou os 25 anos de fundação. O figurino, assinado por Deyse Gomes e Elvis Ferreira, esbanjou brilho e futurismo no arraial. Segundo o quadrilheiro José Henrique, ele foi confeccionado pelas mãos dos próprios brincantes e durou cerca de dois meses para ficar pronto. “É uma emoção muito grande ver o resultado de meses de dedicação dentro do arraial, a emoção é forte e esperamos ficar na final”. O marcador da junina, Tiago Santos, disse que para conduzir bem um grupo é preciso ter muito amor no coração. “A gente carrega a emoção de muitos. Temos que trazer a verdade ao público Trazer a verdade para o júri. É preciso ter muita força e garra, porque não é fácil. É duro".

Matutinho Dançante, da cidade de Goiana. Foto: Samuel Calado/DP

A segunda da noite foi a Junina Matutinho, de Goiana. Eles apresentaram o tema “A Fé do Povo, em Devoção a São José”. Ednaldo Silvestre disse que a quadrilha existe há mais de 25 anos. “É muito difícil colocar uma quadrilha na rua, mas o que compensa são os aplausos do público. Sair com essa satisfação após uma apresentação não tem preço. O pessoal de Goiana sabe a dificuldade que a gente enfrenta para estar no São João e valoriza muito isso”. Luiz Fernando, que interpretou o noivo da junina, contou que o espetáculo fala sobre a festa da colheita. “Retratamos a história de um povo que sofre para plantar o milho devido à seca e faz uma promessa à santidade para chover. Quando a promessa é atendida, o grupo faz uma grande festa”. 

Junina Mestre Zé, da cidade de Goiana. Foto: Samuel Calado/DP

A penúltima a se apresentar foi a Junina Mestre Zé, também de Goiana. Eles trouxeram o espetáculo “Nem eu! Nem tu!” que trouxe uma excelente mensagem para as pessoas que costumam comparar o título de melhor São João de Caruaru (PE) e Campina Grande (Paraíba). “A população infelizmente, ou felizmente, criou essa questão que uma cidade faz o melhor São João ou a outra. O melhor São João é onde a gente quiser e tiver. A mestre Zé é uma quadrilha nova que surgiu em 2017”. 

Junina Tradição, do Morro da Conceição. Foto: Samuel Calado/DP

E encerrando a noite de apresentações, a Junina Tradição, do Morro da Conceição emocionou o público com o espetáculo “Brilha uma estrela no São João”. O projeto marca os 15 anos de fundação da quadrilha. O marcador Bhruno Henryque, disse que a missão de quem guia uma junina é bem árdua, mas prazerosa. “Eu acredito que todos os marcadores têm uma grande missão que é incentivar o público e incentivar a quadrilha. Trocar energia com o público e com a quadrilha. E além de tudo isso, a gente precisa contar a história da Junina”. Ele também falou sobre a representatividade do grupo. “Para mim eu digo que é uma família. E como toda família tem discussão, disse-me-disse, arranca rabo e choro. Não é porque estou em um momento difícil que eu vou sair e ir para outro grupo. Mas não, tem que enfrentar, ficar junto e seguir. Quando mais contribuir para a família melhor. Acredito que o ciclo junino tem que sair da fala para começar a realmente trabalhar em cima. Tem que valorizar o trabalho do outro quando é bom e elogiar. A gente trouxe um tema controverso, a gente se diz estrelas, mas na realidade todos são estrelas e protagonistas da sua própria história”. 
 
Na terça-feira (25), acontece final das eliminatórias do 17ª Concurso de Quadrilhas Infantojuvenis no Sítio Trindade. O evento estava previsto para acontecer no último domingo (16), mas precisou ser adiado devido às fortes chuvas. Ao final das apresentações, o público conhecerá as 12 finalistas adultas e as finalistas mirins. 
 
Confira as apresentações do sábado (22):

ORIGEM NORDESTINA (MORRO DA CONCEIÇÃO, RECIFE)
 
MATUTINHO (GOIANA)
 
MESTRE ZÉ (GOIANA) 
 
TRADIÇÃO (MORRO DA CONCEIÇÃO, RECIFE) 
 

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