Viver

Após campanha de financiamento coletivo, Anima Mundi terá edição em 2019

Mais um importante patrimônio cinematográfico da cidade foi salvo de última hora nesta quinta (27). Quase dois meses após lançar financiamento coletivo, o Anima Mundi arrecadou o suficiente para garantir sua edição de 2019 - e não apenas em solo paulistano (24 a 28 de julho), mas também no Rio (17 a 21 de julho). A meta, de R$ 400 mil, foi alcançada a poucas horas do fim da campanha. Outros R$ 28.822 também foram captados.

"A gente não tinha dúvidas sobre a realização, tínhamos esperanças", diz Marcos Magalhães, 60, um dos fundadores do Anima Mundi. "Nós sentíamos a vibração das pessoas em relação ao festival, mas foi uma montanha-russa". Parte da certeza do organizador veio de ajuda financeira dada pelo Banco do Brasil e pelo Itaú. Antes do fim da campanha, as instituições liberaram uma verba, modesta, e disponibilizaram suas salas no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, e no Itaú Cultural, em São Paulo.

Patrocinado até o ano passado pela Petrobras, o Anima Mundi entrou na lista de eventos culturais que perderam o suporte financeiro da empresa no começo do ano, com o início da gestão Bolsonaro. "Nós fomos pegos de surpresa no começo do ano, mas no final estamos descobrindo novos caminhos [para a realização do evento], muito interessantes", comenta.

Para realizar sua 27ª edição, o maior festival de animações da América Latina lançou a campanha, com três metas. A primeira, que foi batida, garante sua realização. A intermediária, de R$ 600 mil, asseguraria a realização do Papo Animado, que reúne personalidades do mundo das animações para conversas com o público.

Já o principal objetivo, de R$ 800 mil, permitiria o funcionamento total do evento, de forma semelhante à de edições passadas. Neste caso, é acrescido à programação o Anima Fórum, espaço de encontro de profissionais e instituições cinematográficas nacionais e estrangeiras. "Nós continuamos na luta", diz Magalhães. "Vamos fazer uma edição mais enxuta e econômica, mas com qualidade, elegância e beleza."

O caso do Anima Mundi ecoa o que ocorreu com o Belas Artes em maio. O cinema de rua estava prestes a fechar após perder o patrocínio da Caixa, até que recebeu um aporte da Petra, rótulo da Cervejaria Petrópolis que se prontificou a manter o local em funcionamento em troca de "naming rights" (a concessão do direito de a empresa embutir seu nome ao complexo em troca de investimento).%u200B

"Eu acho que é uma insensatez você não considerar o poder econômico e ambiental da cultura, da economia criativa", avalia Magalhães. "A matéria prima desse setor é a criatividade, o trabalho das pessoas. E o Brasil está mostrando que é uma grande reserva de inspiração para todo o mundo".

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
Loading ...