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Mangueira faz homenagem a Marielle em samba-enredo de 2019

Desfile na Sapucaí vai evocar memória da vereadora assassinada em março de 2018 e de outras figuras

Vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL, Marielle foi morta a tiros dentro de um carro no centro do Rio. Foto: Reprodução/Internet

A Estação Primeira da Mangueira anunciou no sábado (14) o samba-enredo do carnaval de 2019. Intitulada Canção para ninar gente grande, a composição promete recontar a história do Brasil a partir de pessoas relacionadas a lutas em prol da liberdade e dos direitos sociais. A vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, assassinada em março, é uma das figuras citadas na letra, composta por Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino. Confira a faixa:

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"Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles e Malês", cita a composição em um dos versos. A letra foi pensada para dar voz a figuras que geralmente não são lembradas pelos livros de história, como Dandara dos Palmares e Luíza Mahin. "Eu quero o país que não tá no retrato", pontua a letra em outro trecho.

O letrista Tomaz Miranda comemorou a escolha do samba-enredo em seu perfil no Instagram e dedicou a composição à vereadora, que foi assassinada junto com seu motorista, Anderson Gomes, no centro do Rio de Janeiro. "Pela memória de Marielle e por toda luta que está por vir. Muito obrigado a todo mundo que se encontrou com a gente na luta por esse samba", afirmou.

Canção para ninar para gente grande

Brasil, meu nego deixa eu te contar;

A história que a história não conta;

O avesso do mesmo lugar;

Na luta é que a gente se encontra.

Brasil, meu dengo a Mangueira chegou;

Com versos que o livro apagou;

Desde 1500, tem mais invasão do que descobrimento.

Tem sangue retinto, pisado;

Atrás do herói emoldurado.

Mulheres, tamoios, mulatos;

Eu quero o país que não tá no retrato.

Brasil, o teu nome é Dandara;

Tua cara é de Cariri;

Não veio do céu nem das mãos de Isabel;

A liberdade é um Dragão no mar de Aracati;

Salve os caboclos de Julho;

Quem foi de aço nos anos de chumbo;

Brasil chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles e Malês.

Mangueira, tira a poeira dos porões;

Ô, abre alas;

Pros seus heróis de barracões;

Dos Brasis que se faz um país de Lecis, Jamelões.

São verde e rosa as multidões”

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