Há pouco menos de um ano, a jornalista e bailarina pernambucana Christianne Galdino, 45, residia em Lisboa (Portugal) quando, após um autoexame, descobriu que estava com câncer de mama. Essa situação não era novidade na vida de Christianne, porque em 1991 a mãe dela, Dona Magna, faleceu após complicações da mesma doença. “Quando eu fui diagnosticada, não fiquei abatida por já ter passado por essa experiência, e quis logo procurar o tratamento. Busquei tudo o que eu pude para ajudar a medicina a me curar, então minha primeira reação foi esse sentido prático”, conta a artista, que decidiu transformar essa história em um espetáculo de dança, que leva o nome de sua mãe.
A sessão de pré-estreia de Magna será realizada nesta quarta-feira (17), no Teatro Barreto Júnior, no Pina, a partir das 20h, dentro do 23º Festival de Dança do Recife. Na quinta-feira (18), o espetáculo vai ao Teatro de Santa Isabel, no bairro de Santo Antônio, para a estreia oficial, também como parte do festival, às 19h. Toda a renda arrecadada com a bilheteria das apresentações será destinada a pacientes do Hospital de Câncer de Pernambuco.
Magna estreia exatamente no mês dedicado a falar do câncer de mama, por meio do Outubro Rosa. Christianne e um elenco de 30 pessoas abordam de forma leve, lúdica e poética a delicada e complexa luta contra a doença. “Não é fácil falar de um assunto como esse. Tem momentos dramáticos, mas a gente também procurou trabalhar com humor, levar isso com boa autoestima e alto astral. E como nossas danças populares têm essa energia festiva, isso ficou mais fácil”, explica.
Christianne Galdino iniciou sua carreira fazendo parte do elenco fundador do Balé Brasílica (braço jovem do Balé Popular do Recife), do qual passou a ser bailarina em 1991, mesmo ano em que sua mãe faleceu. A partir disso, ela começou sua formação nas danças populares e é por este motivo que o Magna explora em sua narrativa ritmos como maracatu, caboclinho, xaxado e frevo.