As irmãs Sampri são de família de músicos e cresceram em um quintal festeiro, na casa do avô paterno. Foi dessa relação familiar que surgiram as principais referências musicais, que vão de Gonzaguinha aos sambas de roda da Bahia. Já a afinidade com os instrumentos apareceu com espontaneidade. Magally toca cavaquinho, Luciana, pandeiro, e Renata, a caçula, assume as composições e a função de violonista. "Ser mulher, tocar e cantar samba, acaba soando com certa estranheza, mas já temos um nome relativamente forte no gênero", diz Renata.
Além de músicas autorais, o repertório do show é amplo e passeia por diversas fases do samba ao longo de décadas, a exemplo de Aquarela do Brasil (Ary Barroso), É (Gonzaguinha), Modinha para Gabriela (Dorival Caymmi), Que maravilha (Jorge Ben/Toquinho), entre outros. A apresentação também contempla versões de Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Dudu Nobre e João Nogueira.
As sambistas acreditam que, através de releituras e arranjos com interpretação e linguagens mais contemporâneas, conseguem aproximar os mais jovens dos grandes mestres do passado. "Conhecer o cenário histórico da época nos faz entender com propriedade o que o compositor queria dizer", considera Luciana. "E, no final, é uma satisfação ver e ouvir os jovens cantarem Noel, Chico... Essa é a nossa maior alegria", conta Magally.
O grupo lançou em 2013 o disco Sampri, um bom samba faz bem, e tem nos planos a divulgação de trabalhos autorais nas plataformas digitais. Segundo Renata, a expectativa para estrear no Recife é alta, pois a considera uma cidade que se preocupa com ocupação de espaços culturais. "Isso nos motiva e nos deixa ainda mais honradas, posto que somos militantes da ocupação da rua e dos patrimônios culturais com shows de qualidade e de acesso democrático", afirma.