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Terror da temporada? Saiba tudo sobre o filme 'Hereditário'
Comparado ao clássico 'O exorcista', estreia do diretor Ari Aster mostra o desmoronamento de uma família. Toni Collette está no elenco
Nesse contexto, Ari Aster, que tem no currículo seis curtas, todos com uma tendência para a comédia, é a bola da vez. Hereditário estreou nesta quinta-feira (21) no Brasil na esteira de muito barulho. O Festival de Sundance, que virou uma espécie de plataforma de filmes de terror – lançou A bruxa (2015) e Corra!, por exemplo – consagrou, em janeiro, o filme. Amparada por críticas positivas, a produção independente tem feito boa bilheteria nos EUA – custou US$ 10 milhões; arrecadou quase US$ 30 milhões em menos de duas semanas.
As críticas mais entusiasmadas têm comparado o título ao clássico O exorcista. Essa é só uma das referências – há ainda um quê de O bebê de Rosemary e O iluminado. Os fãs do gênero vão se esbaldar com as associações que a narrativa pode gerar.
A premissa é simples: o desmoronamento de uma família a partir da morte da matriarca. Com esse mote, Aster constrói uma teia que vai do suspense ao terror, com boas pitadas de paranormalidade.
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Somos apresentados ao mundo de Hereditário por meio do obituário de Ellen, a mãe de Annie (Toni Collette), sogra de Steve (Gabriel Byrne) e avó de Peter (Alex Wolff) e Charlie (Milly Shapiro). Uma mulher reservada, com “rituais e amigos muito particulares”, como descreve Annie no funeral da matriarca. Ela se incomoda por sentir pouco a morte da mãe, ao contrário da filha caçula, Charlie, que tem uma relação muito própria com o mundo.
Isolados numa casa no meio de uma floresta, os quatro vivem rotinas quase completamente independentes. Annie se afoga no trabalho – é uma maquetista que utiliza as tragédias familiares como fonte de inspiração para uma arte em miniatura. Steve é sempre ausente, enquanto Peter encontra nos cigarros de maconha a fuga para um cotidiano fora do comum. Charlie, cheia de estranhezas, não se conecta com ninguém – a não ser com a lembrança da avó, que a criou.
Hereditário é o típico filme sobre o qual não se pode falar muito sem estragar a surpresa. O que dá para antecipar é que um acontecimento trágico – revelado de maneira muito chocante, na sequência mais forte do filme – destroça a família. Luto e culpa vão passar a nortear o caminho dos personagens.
A Annie de Toni Collette já vem gerando expectativas quanto ao Oscar – a dor da personagem é intensa, como também as caras e bocas da atriz, que beiram o exagerado. Menos incômoda e mais efetiva é a Charlie da estreante em cinema Milly Shapiro (atriz que vem da Broadway). É a adolescente mais assustadora que o cinema proporciona desde Samara, de O chamado. O desenrolar da trama (um tanto longa demais) decepciona, assim como a carência de sustos.
É um terror que foge do óbvio, certamente. Traz um cuidado estético impressionante – sua trilha sonora está muito acima da produção recente. Agora, chega um tanto superestimado pela crítica internacional.
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