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Mito da MPB, Geraldo Vandré volta aos palcos em show gratuito após 50 anos
Última apresentação do paraibano foi na véspera da publicação do AI-5
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Silenciou. Não mais lançou inéditas e se negou a responder questionamentos sobre sessões de torturas ou acordos com o governo para não mais lançar músicas com teor político ou de protesto. O último disco foi de 1971, Das terras de Benvirá, gravado com o Quinteto Violado, na França. O último livro, publicado em 1973 no Chile, ganhará primeira edição brasileira com lançamento na quarta-feira.
Em 2014, Vandré alimentou as esperanças de um retorno: participou de um show de Joan Baez e comentou a possibilidade de um projeto em espanhol, mas nada passou das palavras jogadas ao vento. "Pode ser ainda que entre uma apresentação e outra eu recite alguns de meus poemas. Vai depender da emoção do momento. Eu tenho noção da importância desse concerto para o país", diz o artista, em material divulgado pela imprensa pela Secretaria de Cultura da Paraíba.
Em uma rara entrevista, concedida ao Viver às vésperas dos 80 anos, em 2015, ele revelou ter guardadas muitas composições em espanhol, mas não garantiu divulgá-los: "Isso aí nem eu sei". "Não é voltar atrás. É mais à frente", corrigiu, à época, sobre a chance de "voltar atrás" quanto à decisão de não mais atuar como artista. Menos de três anos após respostas misteriosas sobre a possível retomada da trajetória artística , enfim, Geraldo Vandré rompe o silêncio. O Brasil muito mudou e viveu desde a véspera do AI-5, mas ainda enfrenta ameaças à democracia e aos direitos básicos de seus filhos. Os versos dele, quiçá, podem trazer esperança.