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Joelma canta até música gospel em show na maior boate LGBT do Recife

Primeira apresentação da paraense no Club Metrópole teve ingressos esgotados

Publicado em: 10/03/2018 14:02 | Atualizado em: 10/03/2018 17:25

Durante o show, Joelma trocou de roupa três vezes. Foto: Emannuel Bento/Esp.DP
Cantoras excêntricas sempre chamaram a atenção do público LGBT. Foi assim com Cher, Madonna, Lady Gaga e qualquer outra artista que tenha dado mais do que apenas a voz nos palcos. Não seria diferente com Joelma, que aposta em um tipo de performance bastante singular, quase como uma marca registrada - proeza que não é para qualquer um. Durante o tempo que cantou ao lado de Ximbinha, na Banda Calypso, a paraense arrastou multidões por todo o país, cativando um público gay que a segue até hoje. Não é atoa que, nesta sexta-feira (9), a vocalista tenha se apresentado com ingressos esgotados no Club Metrópole (Rua das Ninfas, Boa Vista), a maior boate LGBT do Recife.

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O espaço mais compacto do estabelecimento não impediu a realização de um show grandioso, com uma hora e meia de duração. Acompanhada por sua banda e uma dupla de dançarinos, a artista cantou sucessos da Banda Calypso e seus recentes trabalhos da carreira solo. A canção escolhida para a abertura foi o sucesso Pra te esquecer, do clássico DVD Calypso da Amazônia (2003). A primeira parte do show ainda contou com músicas como Passe de mágica (2005) e Ai coração (2016). No "segundo ato", Joelma incorporou sua faceta de "musa romântica" com um vestido vermelho e um penteado no estilo rabo de cavalo, quando Imagino (2003), Não teve amor (2016) e Cumbia do amor (2001) invadiram o setlist. Na última fase da apresentação, ela apareceu com um figurino preto transparente e dançou no ritmo de um repertório eletrizante, encerrando o show com Voando pro pará (2016) - um de seus principais sucessos em carreira solo. Todas as músicas foram conduzidas pelo coro de um público repleto de admiradores.

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O momento mais intrigante foi quando ela cantou Ressuscita-me, hino gospel de Aline Barros. "Quem está precisando de um milagre aí?", questionou a cantora, que é evangélica. Sua relação com a religião já foi motivo de polêmica em 2013, em uma entrevista para o colunista Bruno Astuto, na revista Época: "Tenho muitos fãs gays, mas a Bíblia diz que o casamento gay não é correto e sou contra. [...] Já vi muitos se regenerarem. Conheço muitas mães que sofrem por terem filhos gays. É como um drogado tentando se recuperar". O tempo passou e parece que as águas são outras para Joelma. Ela abraçou a bandeira de arco-íris e se adaptou mais aos tempos de diversidade sexual. Hoje ela tem a concessão para cantar música evangélica em um ambiente LGBT, criando laços entre dois grupos que ainda vivem em constante discordância nos embates sociais.

Assista a um momento do show:




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