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Crítica: Em Pedaços é bom thriller com atuação impecável de Diane Kruger

Atriz recebeu Leão de Ouro pela atuação, no Festival de Cannes, em 2017

Publicado em: 19/03/2018 15:00 | Atualizado em: 19/03/2018 15:52

Filme se sobressai pela atuação competente da protagonista. Foto: Diamond Pictures/Divulgação

Ao mesmo tempo em que é um drama pessoal, Em pedaços, filme em exibição nos cinemas, é história com nuances políticas. O longa-metragem alemão tem como pano de fundo a ascensão de grupos de extrema direita, movimento que cresce não só no país e na Europa, quanto no restante do mundo. Indicado da Alemanha na disputa por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira de 2018 (categoria na qual venceu no Globo de Ouro), o longa-metragem rendeu à protagonista, Diane Kruger, o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes em 2017.

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Formalmente dividido em três atos, o filme inicia em um período anterior aos acontecimentos centrais da história. No flashback, vemos Katja (Kruger) vestida de noiva aguardando, na sala de um presídio, a entrada do noivo, Nuri (Numan Acar), um preso condenado por tráfico de drogas. Na sequência, nos depois, vemos Katja ao lado do marido, já livre, e com um filho de seis anos, chamado Rocco (Rafael Santana). Afastado do crime, Nuri toca sua própria empresa e tudo parece transcorrer bem.

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Certo dia, Nadja precisa deixar Rocco no escritório do marido e, quando retorna ao local, horas depois, descobre que o local foi alvo de uma explosão, que vitimou pai e filho. Por conta do passado de Nuri, a polícia desconfia que o ex-presidiário ainda estaria envolvido com o tráfico de drogas e que o atentado teria relação com isso.

Kruger tem uma performance intensa e visceral, sem dúvida a melhor da carreira até agora. Sua dor é crível e desperta empatia. Ao mesmo tempo em que sofre com a perda, ela tenta convencer as autoridades da inocência do marido. O rumo das investigações muda com a descoberta dos suspeitos, um casal de neonazistas que teria motivações xenófobas, já que Nuri é turco.

Um período considerável da projeção é dedicado ao julgamento do casal de suspeitos e, nessas passagens, o longa se aproxima do estilo dos dramas norte-americanos com temática de tribunal. Porém, a produção se diferencia pelo uso criativo da câmera, com movimentos que ilustram bem o estado aflitivo da personagem. É quase um filme à parte, mas que funciona pela tensão construída dentro do ambiente. Merece destaque a atuação do advogado de Katja, Danilo (Denis Moschitto). 

Dirigido pelo alemão de ascendência turca Fatih Akin (Contra a parede), Em pedaços é um drama intenso, porém imperfeito em certas decisões do roteiro, também assinado pelo cineasta. O subtexto político, louvável pela clara oposição a qualquer tipo de intolerância, mereceria maior aprofundamento, mas a maneira simples como é abordado permite assimilação de maneira rápida. Os pequenos problemas, no entanto, são detalhes pequenos diante da grande atuação de Kruger, essa, sim, o trunfo do filme.

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