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Banda Eddie evita política e aposta na 'leveza do ser' em novo disco

Sétimo álbum do grupo pernambucano, Mundo Engano tem produção de Pupilo e está disponível na internet

Publicado em: 27/02/2018 12:46 | Atualizado em: 27/02/2018 12:55

Grupo com mais de duas décadas de carreira se inspirou na própria trajetória para novo álbum, Foto: Beto Figueiroa/Divulgação

A Banda Eddie acumulou, ao longo de mais de duas décadas de trajetória, experiência suficiente para saber aonde quer chegar. Às vezes, contudo, faz questão de fechar os olhos e se perder no caminho, com a esperança de esbarrar em ideias novas de forma acidental. Quem acredita nisso é o vocalista Fábio Trummer, que se abriu à possibilidade de absorver todo o aprendizado possível no processo de produção de Mundo engano, sétimo álbum do grupo pernambucano. 

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Disponibilizado nas plataformas digitais nesta segunda-feira (26), o disco é resultado de um ano e dois meses de trabalho em estúdio sob o comando do produtor Pupilo. O tempo (e o custo de produção) foram significantemente superiores ao do trabalho anterior, Morte e vida (2015), de propósito. “O estúdio é uma escola muito intensa. Fizemos, com o álbum anterior, um teste de fazer com menos grana e tempo. Nesse, fizemos o contrário. Nos entregamos ao Pupilo, que é um produtor novo, mas experiente, e deixamos que ele nos guiasse e tirasse as dúvidas que surgissem”, descreve Trummer. 

O esmero técnico na produção incluiu até preparação fonoaudiológica para o artista, a fim de conseguir mais clareza não só na pronunciação. “Numa carreira longa, você precisa sempre estar aprendendo a evoluir. Foi um trabalho muito bacana e estou percebendo o resultado disso pelos comentários das pessoas. Talvez a gente tenha conseguido uma voz mais clara para a emoção mesmo e não necessariamente só para o verbo”, diz, refletindo a importância do reforço da musculatura vocal na carreira. 

Apesar do conceito de “esbarrar em novas ideias”, na qual o músico acredita, a sonoridade de Mundo engano reforça a identidade da banda. “Conseguimos colocar ali os ritmos que a gente frequenta. As festas diferentes, as pistas de dança diferentes. Uma coisa ‘muito Eddie’ que fizemos é falar sério nas letras, sem deixar a leveza do ser nas músicas mais dançantes. Mesmo as faixas com temas mais existenciais não são ‘cabeçudas’. Também mantivemos uma veia que sempre tivemos, de levantar algumas bandeiras, como a defesa do meio-ambiente”, enumera Fábio. 

O mar é um elemento recorrente nas novas letras, com as faixas A correnteza, o samba surf O mar apaga e O mar lá fora. A associação imediata dos fãs com o litoral pernambucano foi inevitável, mas Fábio afirma que não foi essa a intenção: “Estamos falando de praias universais. Até mesmo uma praia nórdica, que visitamos durante uma turnê. Contudo, é legal que as pessoas leiam assim. Estão vendo o regional no universal. A Banda Eddie toca muito em Olinda, mas também costuma se apresentar fora do país”. 

Assuntos políticos ficaram de fora para manter a tão citada “leveza do ser”. Nas dez faixas, a banda composta por Alexandre Urêa (percussão e voz), Andret Oliveira (trompetes, teclados e samplers), Rob Meira (baixo) e Kiko Meira (bateria) contou com participações especiais, como a de Jorge du Peixe, da Nação Zumbi, em Brooklin, e Tiné (backing vocal), Frederica Bourgeois (flauta) e Everson Pessoa (violão de 7 cordas). 

Ouça o novo disco, Mundo engano:


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