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BaianaSystem fará show com novidades na prévia Enquanto Isso na Sala da Justiça

Grupo liderado por Russo Passapusso e Roberto Barreto sobe ao palco ao lado de Otto, Malícia Champion e outros artistas

Publicado em: 26/01/2018 07:02 | Atualizado em: 26/01/2018 07:38

Grupo lançou recentemente Ziquizira, parceria com HeavyBaile. Foto: Bruno dos Anjos/Divulgação


ERRAMOS: Ao contrário do que foi publicado na edição impressa desta sexta-feira (26), o show será realizado no Centro de Convenções, não no Classic Hall. 

Letras antigas ganham melodias novas e sonoridades inéditas entram no radar do BaianaSystem a todo momento. Atestando o caráter experimental com que foi concebido, o grupo liderado pelo cantor Russo Passapusso e pelo guitarrista Roberto Barreto importa de vários pontos do continente africano, das ilhas caribenhas e dos subgêneros da música brasileira as referências que imprimem nas próprias canções, frutos tanto de samples de cantigas de roda baianas quanto de elementos do kuduro angolano. 

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Foi assim no primeiro disco, autointitulado, e no aclamado Duas cidades (2016), a partir do qual o coletivo começou a ganhar espaço de destaque no cenário nacional. O grupo é uma das atrações da prévia Enquanto Isso na Sala da Justiça, com Otto, Malícia Champion, Arrastão de Samba com Preto Velho e DJs na programação. A festa à fantasia, conhecida por reunir mocinha e vilões às vésperas do carnaval, ocorrerá no Centro de Convenções (Avenida Agamenon Magalhães, s/n, Salgadinho, Olinda), a partir das 22h de hoje, com ingressos a R$ 120, R$ 70 (mais um quilo de alimento não perecível, social) e R$ 60 (meia). Informações: 3182-8000.

Apesar de já ter se rendido ao formato mais tradicional de lançamento, com CDs, BaianaSystem prefere subverter a lógica mais comum no mercado fonográfico e usa o palco como principal vitrine de experimentação, na qual composições ainda inéditas ganham corpo para avaliação do público. 

Dessa maneira, a formação integrada também por Seko Bass aposta em singles isolados com propostas diversificadas, como Invisível, Capim Guiné (com a angolana Titica e Margareth Menezes) e um compilado de remixes batizado de Outras cidades, com participações de artistas como Àttøøxxá e Omulu. O "filho" mais recente, Ziquizira, é uma colaboração com o coletivo carioca HeavyBaile, cuja marca registrada é a mistura entre funk e música eletrônica, que será apresentado pela primeira vez em terras pernambucanas. 

DUAS PERGUNTAS // ROBERTO BARRETO, guitarrista

As músicas de vocês têm sempre discurso politizado e social. Qual é a importância de tocar em temas que são importantes para o país?
Eu não diria que sempre. Fazemos músicas que abordam outros elementos. O Russo, que é muito quem escreve as letras, tem essa coisa de observar o cotidiano e fazer meio que crônicas do que ele está vivendo. Mas acho que no momento em que estamos vivendo é inevitável que você toque nesses assuntos. Acho que hoje o que perpassa todo o discurso da sociedade é justamente um posicionamento político e social e que acaba influenciando, não são coisas dissociadas. O discurso político nos influencia como artistas, no que fazemos e em como circulamos. Esse assunto é o grande tema hoje e de todos. E não tem como você não falar nisso. Mas fazemos sem que isso seja uma bandeira ou um compromisso, fazemos simplesmente para as pessoas pensarem. Isso tem sido uma tônica nos nossos dias e acaba se refletindo na nossa música.

Há uma comparação entre o Baiana System e a Nação Zumbi, principalmente, ao que a banda foi para o movimento no Recife. Como você vê essa comparação?
Eu não usaria a palavra comparação. Eu acho que é mais o que você falou, em ter uma relação com o que a Nação simboliza e representa para a cultura pernambucana. Os símbolos que eles usam e a forma como eles juntam elementos tradicionais com o pop, o rock e o hip-hop. A relação e o olhar deles para dentro e a força para a cultura natural. E isso, de certa forma, é o que o Baiana vem fazendo. A relação com o carnaval, com a percussão afrobaiana, com a guitarra baiana e com os elementos de rua da Bahia dialogando. Nesse sentido, vemos uma ligação e ficamos honrados das pessoas enxergarem isso. Temos uma relação próxima com eles, fizemos shows e algumas coisas juntos. É uma honra e mais uma responsabilidade sermos comparados com a Nação Zumbi.

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