Viver

Artigo: Liga da Justiça se apoia no sucesso de Mulher-Maravilha, mas não é o suficiente

A produção tenta copiar o estilo da mesma produção, mas acaba ficando sem nenhum

Filme chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira. Foto: DC/Divulgação


Quer receber notícias sobre cultura via WhatsApp? Mande uma mensagem com seu nome para (81) 99113-8273 e se cadastre 

E foi assim, nesta mistura de fracasso e sucesso, que surgiu a adaptação da Liga da Justiça. Contando com heróis como Batman, Super-Homem, Flash, Aquaman, Ciborgue e Mulher Maravilha, o filme demonstra ter o mesmo tipo de problema dos títulos que deixaram os fãs desapontados. Além disso, tentando captar um pouco de sucesso feito por Mulher-Maravilha, a produção tenta copiar o estilo da mesma produção. Sem decidir por um estilo ou por outro, o filme fica sem nenhum.

Sim, talvez a última produção seja mais divertida do que Batman vs Superman. Porém, Liga da Justiça não parece ter uma estrutura que coloque a ação no primeiro plano. O que é a primeira coisa que todos desejamos ver quando tantos super-heróis são colocados juntos em na telona (especialmente quando tal filme foi o resultado de anos e anos de espera)? A resposta é AÇÃO. Porém, em um filme de duas horas, apenas 25 minutos são mais empolgantes. O resto fica nos problemas internos, desejos e sofrimentos de cada um destes heróis.

É comum querer que os personagens de um longa sejam complexos, ou o que conhecedores geralmente chamam de multidimensionais. Em outras palavras, tenta-se fugir de protagonistas simplistas e que sejam perfeitos (ou imperfeitos) demais. Porém, quando falamos de super-heróis, fica claro que o que queremos ver são seus poderes. Claro, queremos também personalidades interessantes e emoções profundas, desde que elas não roubem aquilo que todos acreditam que super-heróis devem conquistar com suas vidas: salvar o mundo. 

Também pode ser que Liga da Justiça seja melhor que Esquadrão suicida (feito não muito difícil). Porém, e mais uma vez, os problemas deste último continuam aqui. Longe do tom divertido que, por exemplo, filmes da Marvel garantem aos fãs, a D.C. mais uma vez dá à produção seu tom sombrio e que se leva a sério demais. O problema é quando os personagens na telona são figuras que conseguem voar, tem força sobre-humana, são super-rápidos, nadam como peixes, são parte máquina, ou até possuem um laço da verdade, a tentativa de leva-los a sério tem o efeito oposto. 

Sabendo disso por meio do sucesso de Mulher-Maravilha, o diretor do filme, Zack Snyder (que teve uma relação muito estressante com a obra por ter problemas pessoais tristes, como a morte de sua filha), colocou partes mais descontraídas e engraçadas que dão um toque divertido ao filme. Além disso, fica clara a tentativa de continuar a história da personagem Mulher-Maravilha por meio de suas lembranças. Porém, isto não é o bastante. Com o filme Liga da Justiça, a D.C. ainda precisa encontrar sua voz. 

Assista ao trailer de Liga da Justiça:

[VIDEO2]

Daniel Bydlowski é cineasta brasileiro com Masters of Fine Arts pela University of Southern California e doutorando na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. É membro do Directors Guild of America. Trabalhou ao lado de grandes nomes da indústria cinematográfica como Mark Jonathan Harris e Marsha Kinder em projetos com temas sociais importantes. Seu filme NanoEden, primeiro longa em realidade virtual em 3D, estreia em breve.

Acompanhe o Viver no Facebook: 

[VIDEO1]

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
Loading ...