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A direção é de Hamilton Vaz Pereira e de Monique Gardenberg, ambos presentes na primeira fase do projeto. Todos os atores convidados já são tarimbados no humor, conhecidos do público por meio da televisão e cada um dá vida a um esquete independente. Embora eles não contracenem, a apresentação está conectada por um humor menos debochado e mais voltado para a crítica das mazelas do cotidiano.
Julia Spadaccini escreveu o texto de Debora Lamm, que interpreta uma Branca de Neve que vê a idade chegar e se sente deslocada da vida de princesa. Já Bruno Mazzeo atua no esquete Nana, nenê, de Antonio Prata, no qual um pai exausto tenta fazer seu bebê dormir e usa, para isso, de medidas extremas. Thalita Carauta, por sua vez, encarna uma eterna aspirante a atriz que faz de tudo para ser reconhecida, em texto de Bruno Kosovski.
Já Luís Miranda substitui Lúcio Mauro Filho e escreveu texto próprio com a personagem Sheila, sucesso do Terça Insana, que detesta o Brasil e prefere a Europa. Já Fabíula Nascimento representa o personagem menos realista: uma arara vermelha que vive em um pet shop, criação de Jô Bilac. “O texto mostra toda a vida social de um bicho dentro de um petshop com outros bichos se relacionando dentro dessa sociedade animalesca. Debatemos assuntos de dentro da realidade deles e, em paralelo, da nossa”, aponta a atriz.
DUAS PERGUNTAS // LUÍS MIRANDA
Qual o significado de reencenar a peça, com outra dramaturgia, 20 anos depois?
A gente nunca ia imaginar que estariamos vivendo no país um retrocesso social, cultural e político como esse. Vemos a volta de uma politica um pouco mais conservadora e sem a discussão das diferenças, da diversidade. E 20 anos depois, voltar com uma peça que tratava sobre questões incômodas é algo importante. Eu levo várias reflexões.
Você foi o único dos atores que decidiu escrever seu próprio texto. Por que?
Sheila, da Terça Insana, volta aos palcos e passeia por assuntos conhecidos, mas volta a se colocar em questões atuais, como a cobrança das bagagens em voos domésticos. Acho extremamente importante ter uma personagem como ela no espetáculo, que acaba destilando o quanto a burguesia continua afrontando a sociedade. Estou em comédia porque esta é uma forma mais contundente de tocar as pessoas, que não estão prontas para ouvir as coisas em linha reta. Ela prefere a curva.
SERVIÇO
5X Comédia
Quando: 18 de novembro (sábado), às 19h e 21h30 e 19 de novembro (domingo), às 20h
Onde: Teatro RioMar (Shopping RioMar) - Avenida República do Líbano, 251, 4º piso
Ingresso: R$ 100 e R$ 50 (meia) para as plateias baixa e alta e R$ 50 e R$ 25 (meia) para o balcão, à venda na bilheteria e no site Ingresso Rápido
Informações: 4003-1212
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