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Sucesso das ruas, Zé Paulino Bonequeiro já foi roubado e sonha em conhecer Silvio Santos

Ventríloquo dá vida aos personagens Benedito e Ronaldinho

"Ainda quero fazer muitos shows. São os bonecos que tenho e me acompanham nessa vida. Não vou deixá-los", afirma o ventríloquo. Foto: Marlon Diego/Divulgação


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Quando veste o figurino, ele coloca um colete de fitas coloridas, o chapéu de couro, empunha um dos bonecos e, assim, está pronto para começar a brincadeira. O bonequeiro dialoga com Ronaldinho, a quem considera como um filho, e circula em estabelecimentos da beira-mar de Olinda e da Zona Norte do Recife nos finais de semana. O que consegue arrecadar é pouco, mas ele não desanima. "Ainda quero fazer muitos shows. São os bonecos que tenho e me acompanham nessa vida. Não vou deixá-los", afirma.  

O artista popular trabalhou anteriormente como motorista no Sesc, em Caruaru. "O trabalho me atrapalhava um bocado. O que eu gostava mesmo era de reunir as pessoas na praça e fazer piada, imitar uma briga de gato ou o sabiá", relembra. O primeiro boneco foi Benedito. "Comprei na feira de Caruaru. Uma vez, ele foi roubado e fiquei muito triste. Dias depois, encontrei um rapaz vendendo na calçada e o recuperei. Ele estava todo arrasado, mas consertei".

O segundo fantoche, Ronaldinho, ele diz ter ganhado de presente de Tom Cavalcanti. "Ele (Tom) não conseguiu falar com o boneco e deu para mim um dia em que visitei a Record", afirma. Paulino já se apresentou como calouro em programas de Eliana, Ratinho, Ana Hickman, Celso Portioli e Faustão. Mas o grande sonho dele é ir ao Programa Silvio Santos, um dos ícones que ele imita. No álbum de fotografias antigas, coleciona encontros com personalidades e viagens inesquecíveis, mesmo sem lembrar o ano. Paulino tem registros com Renato Aragão, Dedé Santana, Faustão, Xuxa Meneghel, Tirulipa e outros artistas.

Assista:

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O artista popular relata ter dificuldade para ser reconhecido na atividade de ventríloquo e lamenta não receber apoio. Foto: Marlon Diego/Divulgação

Zé Paulino cobra de R$ 250 a R$ 300 por um show particular e vende um DVD com um compilado de trechos das suas apresentações. Ele tem um segredo infalível para garantir a melhor performance: o mel da abelha uruçu. "Tomo uma colher antes de sair para trabalhar e a voz funciona perfeitamente", assegura. O arsenal de bonecos e apetrechos fica guardado na mala do carro, onde também leva outros personagens, como a macaca Chita, a bonequinha que chora e o cachorro raivoso. As cenas, o bonequeiro improvisa e adapta de acordo com o público. "Já fiz aniversário de 1 ano e de 100 anos. Faço piada para criança e adulto. Para os mais novos, sempre levo uma mensagem educativa", explica. Ele ensina a escovar os dentes, pentear o cabelo, respeitar pai e mãe, entre outras situações.

A inspiração vem do dia a dia e as temáticas estão sempre ligadas ao universo sertanejo ou às novidades da cidade grande – Ronaldinho como espectador de uma vaquejada no interior ou as situações que ele viveu na primeira viagem de avião. Há dois temas "proibidos": política e futebol. "Já levei uma carreira de uma torcida organizada. Ele (Ronaldinho) torce para o Brasil e para o time que estiver ganhando", brinca.

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