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Peça que estreia nesta terça resgata história da prostituta Ana de Ferro

Cortesã foi uma figura histórica da ocupação holandesa em Pernambuco e teve uma vida singular para as mulheres da época

Ana de Ferro (Patrícia Assunção) e Maurício de Nassau (João Neto) têm um caso amororso no espetáculo. Crédito: Carlos Kamará/Divulgação


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O coletivo já havia lembrado os feitos de outra mulher forte do passado, Branca Dias, em seu espetáculo anterior, Senhora de Engenho - entre a cruz e a Torá. A mesma dramaturga, Miriam Halfim, compilou as fontes existentes sobre Ana de Ferro e construiu uma ficção a partir de personagens reais do período, além de imaginar situações que poderiam ter acontecido entre eles. O texto une Ana e Maurício de Nassau como amantes e dá a ela uma sócia, Maria Cabelo de Fogo, com quem abre um dos bordeis mais animados do Recife holandês. A cortesã também compra um escravo, Zambi, e o toma como amigo. É a partir dessa relação de afeto que surge a ligação da protagonista com o Quilombo dos Palmares.

A encenação de Ana de Ferro - a rainha dos tanoeiros tem no elenco os atores Cláudia Alves, Euclides Farias, Geraldo Cosmo, João Arthur, João Neto, Patrícia Assunção, Pedro Dias e Telma Ratta, que cantará ao vivo. A história é contada por eles em uma perspectiva diferente: homens e mulheres serão separados na plateia e ocuparão lados opostos do teatro. O palco é organizado como um corredor. “De um lado está a rua, do outro o quarto de Ana de Ferro e, no meio, o cabaré e as cenas de luta”, explica o encenador da peça, Emanuel David D’Lucard.

A discriminação contra a mulher - especialmente as prostitutas, pela sua vivência da sexualidade -  o negro e os marginalizados em geral são os temas centrais da montagem. “Essa é uma história de possíveis encontros e desencontros. A nosas ideia é fazer as pessoas verem que muita coisa não mudou. Queremos debater a religiosidade, o racismo. No espetáculo, estamos falando de 1635 e, ainda hoje, a mulher é vista como um objeto. Se hoje ainda há uma luta grande com relação à autonomia da mulher, imagine naquela época. O espetáculo é, acima de tudo, um testemunho de como é preciso acreditar no amor, por mais que seja difícil, porque ele transforma”, aponta Emanuel.

SERVIÇO

Espetáculo Ana de Ferro, a rainha dos tanoeiros

Quando: 29 e 30 de agosto e 5 e 6 de setembro (terças e quartas), às 20h

Onde: Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro) - Rua 13 de maio, 455, Santo Amaro

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)

Informações: 3216-1728


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