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TV Indicada ao Emmy de melhor atriz, Pamela Adlon estreia série própria Atriz nova-iorquina já esteve em produções como Californication e Lucky Louie

Por: Adriana Izel - Correio Web

Publicado em: 10/08/2017 09:23 Atualizado em: 10/08/2017 21:49

Artista tem longa carreira longa na televisão norte-americana. Foto: Fox/Divulgação
Artista tem longa carreira longa na televisão norte-americana. Foto: Fox/Divulgação

A nova-iorquina Pamela Adlon pode não ser ainda muito conhecida do público brasileiro em geral. Mas a atriz tem uma carreira longa na televisão norte-americana trabalhando em produções como Lucky Louie e Californication e atuando como dubladora em animações como Animatrix, Kung Fu Panda, Tinker Bell e Os anjinhos. Desde o ano passado, ela se tornou assunto nos EUA ao se lançar como protagonista, criadora e produtora da série Better things, que estreia nesta quinta-feira no Brasil, a partir das 22h30, no canal Fox Premium 1.

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A comédia chega com quase um ano de atraso ao país, no entanto, em um momento oportuno. Neste ano, Pamela Adlon foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz em Série de Comédia do Emmy Awards, a premiação mais tradicional da televisão, por sua personagem. Essa é a primeira indicação de Pamela na categoria, em que ela disputa com nomes de peso como Jane Fonda e Lily Tomlin, ambas de Grace and Frankie; Julia Louis-Dreyfus, que já possui cinco estatuetas na categoria por Veep; Tracee Ellis Ross, de Black-ish; Allison Janney, de Mom; e Ellie Kemper, de Unbreakable Kimmy Schmidt. A nomeação foi encarada pela artista como uma surpresa e um grande presente. “Sou muito grata só por ter tido esse reconhecimento”, afirma, em entrevista por telefone ao Correio/Viver.

Better things é a primeira série criada, roteirizada, produzida e protagonizada por Pamela Adlon ao lado do parceiro de sempre Louis C.K., comediante, roteirista, ator e diretor bastante conhecido nos Estados Unidos por seu envolvimento em programas como Louie e Saturday night live. A inspiração para a série veio exatamente da constante parceria com ele, além da finada produção Girls, da HBO, de criação da atriz Lena Dunham. “Acho que Girls foi uma série completamente revolucionária. Quando eu descobri que uma jovem mulher havia criado, escrito, dirigido e protagonizado, isso foi muito inspirador. Eu certamente também aprendi muito com Louis fazendo as séries dele”, revela. Então, veio o momento de fazer a sua própria série.

Em Better things, Pamela dá vida à personagem Sam, uma atriz que precisa criar as três filhas — Max (Mikey Madison), Frankie (Hannah Alligood) e Duke (Olivia Edward) — enquanto busca um emprego em Hollywood e ainda precisa lidar com a mãe, uma inglesa exilada, Phil (Celia Imrie). A produção mostra por meio da comédia os desafios de uma “mãe solo”, um tema bastante atual e que é totalmente inspirado na vida da própria atriz. “Eu percebi que a minha vida era a história mais interessante que eu poderia contar”, completa. A primeira temporada da série tem dez episódios e uma segunda já está confirmada: “Eu me sinto muito bem de poder contar esse tipo de história em que acho que há algo para tocar qualquer pessoa.”

Entrevista com Pamela Adlon

Como foi a sua reação ao ser indicada ao Emmy de Melhor Atriz de Comédia por Better things?
Foi um presente maravilhoso, porque tudo que faz com que alguém vá assistir a minha sérieé um grande presente. Eu sou muito grata só por ter tido esse reconhecimento, porque eu sou atriz a minha vida inteira, então ser reconhecida por apenas atuar com emoção... Eu ainda estou completamente chocada e muito feliz.

O que há de parecido entre você e a sua personagem Sam?
Quando eu pensei (na personagem), ela iria ter um trabalho e uma vida diferente da minha. Então, eu percebi que a minha vida era a história mais interessante que eu poderia contar. Eu sou uma atriz, dubladora, tenho três filhas, uma mãe inglesa, que é minha vizinha, e moro em Los Angeles. Eu tirei inspiração das minhas experiências, das minhas filhas e dos amigos delas para a série. Eu fui capaz de florescer e tirar ideias dessa realidade.

Como você transforma esse tipo de situação do dia a dia em comédia?
Eu sinto que eu sempre fui uma pessoa capaz de olhar minha vida de um jeito observador. Eu gosto dos detalhes. Eu vejo tudo e tiro inspirações deles. Eu contei histórias minha vida toda, agora eu tenho uma plataforma para isso e eu sou capaz de fazer uma série engraçada, sombria e ao mesmo tempo com muito coração. Eu gosto de uma comédia mais sombria, mas acho que é preciso ter muito coração e sentimento também.

Como você lida com o fato de ser a protagonista e também a criadora e roteirista de Better things?
Sendo uma atriz, produzindo minha própria série, escrevendo e dirigindo, muita gente me pergunta: “Você tem certeza que dá conta de fazer tudo isso?” Mas eu venho criando três meninas sozinha há muito tempo, então isso aqui é moleza comparado a isso. É sobre ser multitarefas. Quando estou em cena, eu consigo me separar de mim mesma. Por exemplo, quando estou me olhando no monitor, eu me vejo apenas como uma atriz fazendo esse minifilme e não sou tão crítica. Mas eu sempre tento manter a integridade do que estou fazendo na série. Às vezes, eu só sento, respiro e me pergunto: “Onde você está, para onde você está indo e o que você quer alcançar?” Fazendo dessa forma, eu fico bastante cuidadosa sobre como vou seguir a história.

A série também debate a falta de mulheres após uma certa idade em Hollywood...
Eu me sinto feliz de poder fazer parte dessa conversa e fazer com que as pessoas falem sobre isso. Essa é uma grande parte da minha série, porque sou mulher, estou criando três jovens meninas, minha mãe é uma mulher... São diferentes gerações martelando isso na cabeça. É uma série humana com essas personagens mulheres e sobre o que elas estão passando.

Como você se sente com a confirmação da segunda temporada da série e com a boa recepção da crítica?
A resposta que eu recebi nos Estados Unidos foi inacreditável. As pessoas ficaram bastante envolvidas com a série e eu recebi cartas de muitas pessoas. Recebi uma carta de um homem que mora na Espanha, não tem filhos e disse que chorou no fim de cada episódio. Ele disse: “Não tenho nada para me relacionar com a série, mas tudo para me relacionar com ela”. Eu me sinto muito bem de poder contar esse tipo de história em que acho que há algo para tocar qualquer pessoa.

Better things tem um humor bastante real e direto. Qual é a sua visão sobre a comédia hoje na televisão?
Eu cresci assistindo à televisão tradicional, em que há uma piada no final de cada momento. Better things tem uma forma diferente de contar uma história. Não estamos explicando demais. Estamos deixando que as pessoas cheguem às suas conclusões e certamente não estamos decidindo como as pessoas têm que sentir isso. Estamos fazendo algo engraçado, real, sujo, de uma maneira cinematográfica, o que é algo que eu gosto de fazer.

Você tem uma grande carreira dentro da comédia. Você acha que agora é um bom momento para as mulheres trabalharem no humor?
Sim, totalmente. Eu sinto que sempre foi um bom momento para as mulheres fazerem comédia no mundo. Sempre aconteceu, mas, às vezes, sinto que éramos empurradas para fora. Tivemos espaço nos anos 1960, 1970, 1980 e 1990, e agora há um momento para uma série como a minha em que as pessoas podem se relacionar. Eu espero que seja mais sobre ser uma pessoa no mundo e não sobre ser só uma mulher.

Você sempre trabalhou ao lado de Louis C.K. em produções de sucesso. Qual é o segredo da parceira de vocês?
Muito trabalho. É o que eu sempre digo. Nós nunca paramos de trabalhar. Nós sempre estamos fazendo algo ou pensando sobre. Acho que o segredo é muito trabalho, criar coisas novas, continuar positivo e, claro, de novo, trabalhar muito.
 
Assista ao trailer de Better things:


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