Viver

Álbum histórico de Frank Sinatra e Tom Jobim ganha edição comemorativa de 50 anos

Lançado em 1967, o disco reúne sete canções do pai da bossa nova e três faixas do ícone norte-americano

Primeiro encontro em estúdio entre os dois ícones da música ocorreu em 1967. Foto: Warner Music/Reprodução


Quer receber notícias sobre cultura via WhatsApp? Mande uma mensagem com seu nome para (81) 99113-8273 e se cadastre

Álbum curto (não chega a 30 minutos) com dez canções, reúne sete do próprio Jobim (The girl from Ipanema, Dindi, Meditation, How insensitive, entre outras) e três standards norte-americanos (Change partners, I concentrate on you e Baubles, bangles and beads). A reedição traz duas faixas bônus: o medley Quiet night of quiet stars/Change partners/I concentrate on you/The girl from Ipanema tirado do programa de TV A man and his music %2b Ella Jobim (também de 1967) e uma gravação inédita de The girl from Ipanema, feita durante o registro de Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim.

A sonoridade é bossa nova com roupagem mais sofisticada, já que os arranjos ficaram sob a responsabilidade do alemão Claus Ogerman. O disco foi um sucesso de público e crítica, permanecendo 28 semanas nas paradas da Billboard. Indicado ao Grammy, perdeu, com justiça, o gramofone de ouro de álbum do ano para Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. Sinatra estava meio atrasado na bossa. Havia cinco anos, desde o histórico concerto no Carnegie Hall, que a batida brasileira havia virado febre nos Estados Unidos. Ainda que um pouco tardio, o álbum pode ser considerado fundamental.

A principal razão é por trazer Sinatra em um momento especial. Sua interpretação é bastante sutil, de uma técnica vocal que até então parecia inédita em sua longa trajetória. Em completa sintonia com Jobim e seu violão suave, destaca-se ainda o baterista Dom Um Romão. “Um brasileiro que parecia, ao mesmo tempo, estar alerta e drogado”, escreveu Stan Cornyn no encarte do álbum. Executivo da Warner, ele trabalhou diversas vezes em álbuns de Sinatra.

Sinatra e Jobim (“Tone”, como The Voice chamava o maestro) gravaram outro trabalho juntos. Em 1969, reuniram-se para um novo álbum. O resultado, irregular, saiu na compilação Sinatra and company, que veio a público somente em 1971. Outras três faixas deste mesmo encontro em estúdio permaneceram inéditas até 2010, quando foi lançado o álbum duplo Sinatra/Jobim: The complete Reprise recordings, que reuniu as gravações feitas em 1967 e em 1969. Desta maneira, é o trabalho de 50 anos atrás que deve permanecer do encontro dos dois gigantes da música. Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim é um álbum deveras silencioso, para ser degustado aos poucos. Sem pressa, e por muitas e muitas vezes.

Acompanhe o Viver no Facebook:

[VIDEO1]

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
Loading ...