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“Pensamos em trabalhar um repertório dentro da nossa concepção, fazer uma homenagem bem particular. Escolhemos músicas de Dominguinhos que não são exageradamente tocadas. Nos permitimos também incluir Gonzaga, Geraldo Vandré, além de músicas nossas. É um repertório agradável, bonito, que tem uma sonoridade diferenciada do que é uma banda de forró, pois se trata de uma cantoria, algo muito suave.
Essa sintonia que temos é toda em cima da imagem, da obra, das ações de Dominguinhos”, pontua Marcelo Melo. Embora a apresentação no Recife tenha a participação especial de Raminho, à frente da zabumba, a sonoridade mantém levada semelhante à de um show acústico. “Sérgio faz uma percussão fina, de instrumentos de efeito. João Neto toca viola, enquanto eu assumo o violão numa levada da música regional. Gennaro toca a sanfona harmonizando, fazendo aquele chamego… Dominguinhos está sempre presente na interpretação dele”, pontua.
Marcelo Melo fala sobre música, Dominguinhos e Cantoria Agreste
Como surgiu o projeto e por que o formato de cantoria?
Acho interessante a cantoria porque não é uma banda, nem um grupo. É um encontro de cantadores, cancioneiros, gente ligada à musica. Essa ideia foi do produtor Rafael Moura. Ele pensou em gente que conviveu e aprendeu com Dominguinhos.
Como foi a convivência de vocês com Dominguinhos?
Quando começamos com o Quinteto Violado, o encontramos em um circuito universitário de São Paulo, de que participavam Gonzaga e Gonzaguinha. Dominguinhos era sanfoneiro de apoio de Gonzaga e ficou muito próximo da gente. Começamos a interagir, trocar ideias e terminou com a participação dele em um show nosso. Saímos viajando por terra, pois ele não andava de avião. Ele adorava, até porque ele já tinha passado muito tempo com o Trio Nordestino, tinha voos musicais mais amplos, visão harmônica muito enriquecida, por ter tocado com orquestas, músicos do mundo todo… Com a gente, desenvolvia esse lado de músico virtuoso que ele era.
E a respeito dos outros integrantes do projeto?
No caso de João Netto, ele passou os últimos 12 anos da vida de Dominguinhos tocando com ele. Ficaram muito próximos. Depois teve o Gennaro, que praticamento assumiu o lugar de Dominguinhos no Trio Nordestino. Juntos, gravaram vários discos, tiveram uma aproximação fraterna. Do mesmo jeito, Sérgio foi próximo dele, por causa da Banda de Pau e corda, com quem os dois gravaram um disco.
SERVIÇO
Cantoria Agreste canta Dominguinhos
Onde: Teatro Santa Isabel (Praça da República, bairro de Santo Antônio)
Quando: quarta-feira (12), às 20h
Quanto: R$ 60 e R$ 30 (meia), à venda na loja Passa Disco
Informações: 3088-3389
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