Diario de Pernambuco
Busca
Atentado Sobe para 22 o número de mortos nas explosões em show de Ariana Grande Ao menos 81 pessoas, maior parte crianças e adolescentes, foram atingidas pelo ataque de um homem-bomba

Por: AFP - Agence France-Presse

Publicado em: 23/05/2017 09:10 Atualizado em: 23/05/2017 15:06

A apresentação da americana de 23 anos fazia parte de uma turnê mundial da cantora. Foto: Kevin Winter/AFP
A apresentação da americana de 23 anos fazia parte de uma turnê mundial da cantora. Foto: Kevin Winter/AFP

Um homem-bomba detonou uma carga explosiva ao final do show da cantora pop Ariana Grande em Manchester na noite desta segunda-feira (22), em atentado que deixou 22 mortos e 59 feridos, incluindo crianças e adolescentes. O homem que executou o ataque na Manchester Arena, o mais violento no Reino Unido desde os que atingiram os transportes públicos de Londres em 2005, morreu ao detonar a bomba, anunciou a polícia da cidade, que classificou o ato como um "incidente terrorista".

Leia mais: Ariana Grande suspende turnê mundial e desabafa após mortes no show: 'Estou quebrada'

O chefe de polícia de Manchester, Ian Hopkins, disse que o homem detonou um "dispositivo explosivo de fabricação caseira" na Manchester Arena quando os fãs deixavam o local. "A arena ficou pavorosamente em silêncio durante cinco ou seis segundos, que pareceram mais longos, e depois todo mundo correu em todas as direções", afirmou Kennedy Hill, uma adolescente que estava no show da cantora americana norte-americana. A mãe da jovem, Stephanie Hill, disse que as pessoas perderam os sapatos e os telefones na tentativa desesperada de fugir do local. "Havia muitas crianças e adolescentes como minha filha no show. É uma tragédia", lamentou.

"Alguns pais carregavam as filhas nos braços com lagrimas", contou Sebastian Díaz, um jovem de 19 anos de Newcastle. A polícia recebeu um alerta de explosão no local com capacidade para 20 mil pessoas às 22h35 (18h35 de Brasília). A área foi isolada e viaturas policiais e ambulâncias foram enviadas ao local. A ministra do Interior, Amber Rudd, denunciou um "ataque bárbaro que apontou deliberadamente contra os mais jovens de nossa sociedade, os jovens e as crianças que foram assistir a um show de música pop". Na segunda-feira à noite, a primeira-ministra Theresa May, condenou o "horrível atentado terrorista".

Leia mais: Vídeos e fotos mostram pânico de fãs após explosões em show de Ariana Grande

"Permaneceremos fortes, vamos continuar unidos, porque somos assim. Isto é o que fazemos, eles não vencerão", disse o prefeito de Manchester, Andy Burnham. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, anunciou o reforço da segurança nas ruas da capital da Inglaterra. "Estou em contato constante com a Polícia Metropolitana, que está revisando o dispositivo de segurança em Londres. Os londrinos verão mais policiais em nossas ruas", disse Khan. Ariana Grande tinha uma apresentação prevista para a Arena O2 de Londres na quinta-feira (25). "Devastada. Do fundo do meu coração, sinto muito. Não tenho palavras", escreveu a cantora no Twitter.

"Corpos por todos os lados"
"Ouvimos a última música e, de repente, foi como um flash com um bang e depois fumaça", contou à BBC Gary Walker, morador de Leeds, que, com a esposa, aguardava as filhas na saída do show. Walker ficou ferido em um pé e a esposa, no estômago. Elena Semino, que esperava a saída da filha de 17 anos, contou ao jornal The guardian que também se machucou.

"Senti como se tivesse fogo no pescoço e, quando levantei a cabeça, havia corpos por todos os lados", disse. De acordo com a polícia de Manchester, a explosão aconteceu dentro do estádio em que se encontra a sala de espetáculos. Emma Johnson confirmou a informação à BBC. "Estava na parte de cima das escadas com meu marido, para esperar nossas filhas, e o vidro explodiu. Era perto do local onde vendem recordações. Todo o edifício tremeu". "Todo mundo era vítima do pânico", contou à Sky news Isabel Hodgins. "O corredor estava lotado e havia cheiro de queimado, muita fumaça, no momento em que saímos", disse. Cheryl McDonald, que levou a neta de nove anos ao show, confirmou que o local estava repleto de crianças.

Condenações em todo o mundo
O atentado provocou reações de condenação em todo o planeta. O presidente norte-americano Donald Trump condenou os "perdedores maléficos" por trás do atentado. "Tantos jovens, belos, inocentes vivendo e apreciando suas vidas assassinados por perdedores maléficos", afirmou Trump durante uma visita ao Oriente Médio."Eu não vou chamá-los de monstros porque eles gostariam do termo. Eles pensariam que é um grande nome".

A chanceler alemã Angela Merkel expressou sua "tristeza e horror", enquanto o presidente russo Vladimir Putin declarou que está disposto a "desenvolver a cooperação antiterrorista" após o atentado "cínico e desumano". O presidente da França, Emmanuel Macron, expressou "horror e consternação" com o atentado. O atentado provocou a suspensão dos atos da campanha para as eleições de 8 de junho na Grã-Bretanha e aconteceu exatamente dois meses depois do ataque perto do Parlamento de Londres que deixou cinco mortos, quando um homem avançou com seu carro contra uma multidão e esfaqueou um policial.

O ataque de Manchester é o mais grave no Reino Unido desde julho de 2005, quando vários atentados suicidas deixaram 52 mortos, incluindo quatro terroristas, e 700 feridos no metrô e em um ônibus de dois andares de Londres. Esta ação foi reivindicada por um grupo que dizia pertencer à Al-Qaeda.

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos anunciou "medidas de segurança reforçadas em e nos arredores dos locais e eventos públicos". O nível de ameaça de atentados no Reino Unido é "severo", o segundo mais elevado na escala do governo, e significa que é altamente provável que aconteçam mais ações. O nível mais elevado na escala é o "crítico", ativado em caso de ameaça iminente.

Autor buscava "carnificina" 
A primeira-ministra britânica, Theresa May, em pronunciamento oficial nesta terça-feira (23) antes de viajar rumo à Manchester, classificou como "cruel" o ataque e afirmou que o autor da detonação queria provocar uma "carnificina máxima". "Sabemos que apenas um terrorista explodiu um artefato de fabricação caseira perto de uma das saídas do local, escolhendo deliberadamente o momento e o local para provocar uma carnificina máxima", disse May em Downing Street. A polícia acredita conhecer a identidade do criminoso, mas explica que, no momento, não pode divulgar seu nome.

Acompanhe o Viver no Facebook:



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL