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"Eu gostaria de dizer rapidamente que estou muito feliz de estar aqui e ao mesmo tempo triste, porque continuamos sob um golpe no Brasil e nesta semana nosso presidente ilegítimo escreveu algo para permitir as forças armadas tomarem a cidade de Brasília contra as pessoas que estavam protestando por direitos básicos, então eu gostaria de dedicar essa exibição à toda classe trabalhadora do Brasil, especialmente à comunidade negra", disse ele após agradecer à organização do evento pelo convite.
Não é a primeira vez que Cannes recebe protestos do cinema brasileiro. Em maio do ano passado, a equipe de Aquarius manifestou contra o processo que viria a destituir Dilma Rousseff da presidência. Sônia Braga, outros membros do elenco e o diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho foram ao tapete vermelho com cartazes que diziam "Stop the coup in brazil" (Pare o golpe no Brasil, em tradução livre). O filme concorria à Palma de Ouro, principal premiação do festival.
Nada é um dos três filmes brasileiros selecionados para 70ª edição do Festival de Cannes. O filme conta a história de uma garota sem planos para seu futuro imediato após terminar o ensino médio. A protagonista é interpretada pela rapper MC Clara Lima. Na quinta-feira (25) o longa Gabriel e a montanha, do carioca Felipe Barbosa ganhou dois prêmios na mostra Semana dos Críticos. O festival começou no dia 17 de maio e se encerra no próximo domingo (28).
Confira o discurso:
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