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Cinema Lego Batman mostra versão caricata do homem-morcego, mas respeitosa com herói Bem-humorada, animação tem potencial para agradar crianças e adultos

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 11/02/2017 11:36 Atualizado em: 12/02/2017 10:46

Egocentrismo e rabugice do personagem viram piada. Foto: Warner/Divulgação
Egocentrismo e rabugice do personagem viram piada. Foto: Warner/Divulgação


Lego Batman: O filme, em cartaz no cinema, está entre as melhores versões cinematográficas do Cavaleiro das Trevas. Mesmo que à primeira vista o aspecto colorido e lúdico dos blocos de montar pareça destoar do habitual tom sombrio do herói da DC Comics, a animação não descaracteriza o personagem nem é um produto feito apenas para crianças.

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Como uma adaptação se trata não de levar todos os ingredientes de uma mídia para outra, mas de manter ou modificar de acordo com as especificidades de cada meio, a animação é uma bem-sucedida transposição das HQs para o cinema. A característica essencial do Batman é preservada: Bruce Wayne é um solitário que prefere passar maior parte do tempo sob o capuz combatendo o crime a socializar com outras pessoas ou levar uma vida minimamente normal.

Os transtornos psicológicos do herói estão todos lá, mas mostrados de forma caricatural. Isso funciona muito bem, já que a melancolia do Homem-Morcego é eficientemente disfarçada pelo senso de humor afiado do roteiro de Chris McKenna, habituado a trabalhar com comédia em séries televisivas como Community e American dad, e Seth Grahame-Smith (Abraham Lincoln: Caçador de vampiros). A direção é de Chris McKay, experiente no campo da paródia pela passagem em Frango robô.

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Como é frequente em histórias do vigilante encapuzado, o Coringa é responsável pela principal ameaça do filme, um ataque a Gotham City coordenado com outros vilões. A motivação da nova empreitada é surreal e cômica: o palhaço sente-se desprezado por Batman, que não o reconhece como arqui-inimigo, e planeja uma vingança para despertar o ódio do combatente do crime.

No meio-termo, outros acontecimentos perturbam o apático e ranzinza herói: Bruce Wayne adota, por engano, um jovem, órfão como ele, que o obriga a assumir responsabilidades paternas, e a nova comissária de polícia, Barbara Gordon, anuncia o desejo de trabalhar em parceria com Batman. Sempre solitário, ele faz de tudo para se isolar o máximo possível de qualquer tipo de emoção ou contato humano.

Recorrer à manjada temática sobre união e valor da família, no entanto, não é um problema. As lições que o roteiro mostra não apelam para o sentimentalismo, mas ilustram de forma simpática e divertida que a vida pode ser mais leve quando se deixa a rabugice de lado.

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