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Música Chico César grava DVD Estado de Poesia no Recife; confira entrevista Músico paraibano sobe ao palco do Teatro Boa Vista neste sábado (17), às 21h

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 17/09/2016 11:46 Atualizado em: 16/09/2016 17:33

Chico César aproveitou gravações para especial de fim de ano e articulou a produção do DVD. Foto: Marcos Hermes/Divulgação
Chico César aproveitou gravações para especial de fim de ano e articulou a produção do DVD. Foto: Marcos Hermes/Divulgação

A decisão de transformar Estado de poesia (2015), o oitavo álbum da carreira de Chico César, em DVD foi catalisada pelo convite da TV Globo para que o paraibano integrasse a programação de fim de ano da emissora - que captará imagens durante o show de gravação. Através de coprodução do Canal Brasil e da Chita Discos, Chico César transformou a oportunidade em projeto pessoal. Sobe ao palco do Teatro Boa Vista, no Centro, às 21h deste sábado (17), quando reúne, pela primeira vez desde as gravações em estúdio, os músicos que participaram do último disco.

Confira o roteiro de shows no Divirta-se

Costura de frevo, samba, forró, toada e reggae, Estado de poesia compila 14 faixas dedicadas à universalização de ritmos regionais. Chico César assina 12 delas, somadas a Reis do agronegócio (Carlos Rennó) e Quero viver (Torquato Neto). "A escolha de sonoridades foi intuitiva, sem critério. Esses ritmos já estão na gente, nascem conosco. É difícil catalogá-los, descrevê-los. É um disco solar, iluminado pelo sol do Nordeste", analisa o músico. Segundo ele, o título celebra a poesia, o romantismo e o amor em suas variadas manifestações. "Amor pela natureza, pela humanidade."

Lazzo Matumbi, Simone Sou, Oleg Fateev, Seu Pereira, Luizinho Calixto, Escurinho, Xisto Medeiros, Helinho Medeiros, Gledson Meira e Michael Ruzitschka dividem o palco com Chico César, que deve somar ao repertório sucessos da carreira. A escolha da capital pernambucana, motivada pelas gravações da TV Globo, reforça, para o artista, a relação entre Estado de poesia e a região Nordeste, berço das principais referências sonoras do disco. "Além do mais, eu amo o Recife. É como se fosse a casa de alguém da família, onde você chega e se sente à vontade, um lugar de referência. É uma metrópole nordestina, com todas as contradições de uma metrópole e todas as contradições de uma cidade nordestina", descreve o paraibano.

>> TRÊS PERGUNTAS: Chico César, cantor e compositor

Como vê o resgate de ritmos de tradição popular? Qual a importância disso, em linhas gerais?
É importantíssimo. É algo que eu já havia feito antes, em Francisco, forró y frevo. Mas ali, eu trabalhei com ritmos específicos. Dessa vez, não. Não pensei que eram ritmos da cultura popular e que queria trabalhar neles por isso. Foram escolhas intuitivas, aleatórias, de referências de infância, da região.

Sua formação e vínculo com as palavras rendem composições com forte preocupação linguística. Como avalia as composições da música atual?
Tenho a impressão de que o timbre e a pegada importam mais. Parece que as letras não têm mais tanta importância. Outras coisas estão à frente das letras. Você vai encontrar preocupação com a letra no trabalho de Criolo, Emicida. Parece que as letras tocam mais o hip hop do que a MPB.

Como funciona seu processo criativo, de composição?
Se eu paro para compor, não componho. Então, vou à feira, ao supermercado, à aula de pilates. Em mim, a composição nasce da vida, de um olhar para dentro. Eu não paro, não tenho um ritual para isso. Acontece naturalmente.

SERVIÇO
Quando: Sábado (17), 21h
Onde: Teatro Boa Vista (Rua Dom Bosco, 551 - Boa Vista)
Quanto: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)
Informações: 2129-5961


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