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Britney Spears lança Glory e resgata perfil de princesinha do pop

O álbum de inéditas, o nono da carreira de Britney, tem 12 faixas disponíveis gratuitamente no Spotify

Britney resgata essência da pop music no nono disco da carreira, Glory. Foto: Reprodução da internet

O pop em sua versão mais pop: o novo álbum de Britney Spears, Glory, lançado três anos após o morno Britney Jean (2013), impulsiona a cantora norte-americana em mergulho - dançante, coreografado, cabelo batendo -  na substância da qual é feito o pop. Ela emerge cercada pela atmosfera dos anos 1990, as batidas urbanas, a música eletrônica, o hip hop, as batidas latinas, tropicais, os refrões grudentos, as letras sensuais.

É impossível ouvir Glory sem imaginar Britney rebolando sobre o palco, a loira com figurino ousado, o retrato da música pop da fase de Gimme more, Toxic, ...Baby One More Time. O álbum não tem a carga política de Lemonade (Beyoncé), nem a fuga proposital aos hits radiofônicos de ANTI (Rihanna). Não dá voz a bandeiras ideológicas, nem empodera mulheres ou minorias afetadas por discriminação. Mas devolve Britney aos fãs, a Britney princesinha do pop, o pop pelo pop em si.

Foi por volta da 1h da madrugada desta sexta (26), cumprindo o prometido, que ela usou o Twitter para anunciar a chegada de Glory ao mercado: “Está aqui!”, publicou Britney com a hashtag #GloryOutNow. O álbum - composto por 17 faixas inéditas em sua versão de luxo, incluindo uma em francês (Coupure électrique) e uma com trechos em espanhol (Change your mind) - tem 12 músicas disponíveis gratuitamente no Spotify. A versão de luxo está disponível no iTunes por aproximadamente R$ 41.


Just like me, outra faixa, toma emprestados os arranjos da surf music na introdução e logo ganha ritmo cadenciado, grudento. Conta a história de uma traição: usando os saltos que o parceiro mais gosta, dirigindo apressada por Los Angeles, ela flagra o homem com outra, alguém que “se parece exatamente” com ela. Ele está de costas, ela mal pode acreditar, e agora amarga a consciência de que a outra pode tê-lo, e ela não.

Just luv me flerta com a e-music, se assemelhando a um remix nas primeiras notas, mas logo traz à tona as palmas que - impossível não imaginar - servirão de marcação a coreografias. É sensual, dançante, pop. You could ask me for a sorry / Let it calm before the storm / Ask for pieces of my body / Until all of it is yours / But I'm not gonna ask you for nothing (Você pode me pedir perdão / Deixar que as coisas se acalmem após a tempestade / Pode pedir partes do meu corpo / Até que ele seja todo seu / Mas eu não vou pedir nada), diz o refrão de Just luv me.

As faixas têm batidas dançantes e refrões chiclete, além de letras sensuais. Foto: Reprodução da internet

Hard to forget ya tem compassos da música latina, refrão chiclete - a frase It's just so hard to forget ya (É tão difícil te esquecer) é repetida seis vezes em sequência - e ritmo dançante. Clumsy reproduz a atmosfera tropical, seduz sem disfarce. É quase tão explícita quanto Slumber party: Neighbors say we're causing a commotion / Like a slumber party / No, n-no, no, you and I, I, I / We ain't gonna sleep tonigh-igh-ight (Os vizinhos dizem que estamos causando comoção / Como uma festa do pijama / Não, não, não, você e eu não vamos dormir hoje à noite).

Mais acelerada, Do you wanna come over?, um dos singles revelados antes de Glory ser lançado, é um convite: Ninguém deveria ficar sozinho se não precisa, diz a letra. Love me down guarda associações com o hip hop, o breakdance, algo que a cantora havia antecipado em entrevistas: “Eu só vou dizer isso: nós realmente exploramos algumas coisas novas. “É, provavelmente, meu álbum mais hip hop”, declarou há algumas semanas.

Man on the moon é sentimental, canta a desilusão de uma mulher que agora chora, rímel preto escorrendo sobre o rosto, bebendo sozinha, com vestido de festa. Você viria se eu estivesse ainda mais bonita?, questiona um dos versos. Remete à Britney frágil, insegura, que, graças a esse perfil, transformou seus fãs numa legião de guardiões disposta a protegê-la, defendê-la, ainda nos anos 1990. É o retrato da mocinha sensível que Britney chegou a viver nos cinemas em Crossroads: amigas para sempre (2002). Segue a mesma frequência de Make me… (feat G-Eazy), um incentivo ao princípio do amor, à vivência da paixão sem culpa, uma ode ao encontro dos que se desejam, com as frases batidas do universo pop - Cause you're the spark that won't go out / My heart's on fire when you're around (Porque você é a faísca que nunca se apaga / Meu coração queima quando você está por perto).

TWITTER e CARPOOL KARAOKE

Britney cantou no Carpool. A expectativa se devia aos rumores de playback durante seus shows. Foto: Youtube/Reprodução

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