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Polêmica Silas Malafaia comemora extinção do Ministério da Cultura: 'antro de esquerdopatas' Pastor fez várias publicações nas redes sociais de apoio à criação da nova pasta, sob comando do pernambucano Mendonça Filho

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 14/05/2016 09:25 Atualizado em: 14/05/2016 11:38

Malafaia fez pedidos ao novo ministro. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Malafaia fez pedidos ao novo ministro. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


Conhecido pelo posicionamento de extrema direita, o pastor Silas Malafaia, comemorou a extinção do Ministério da Cultura. A pasta, ocupada por Juca Ferreira durante o governo Dilma Rousseff, foi fundida à de educação no primeiro anúncio ministerial do presidente em exercício Michel Temer, na quinta-feira. O comando ficou a cargo do pernambucano Mendonça Filho, deputado federal pelo DEM, vaiado pelos funcionários da Cultura no primeiro dia à frente do cargo.

"Os esquerdopatas estão chorando porque Temer acabou com um dos seus antros, Ministério da Cultura", atacou, na primeira publicação sobre o tema no Twitter, na tarde desta sexta-feira. A publicação foi aprovada por alguns internautas e criticada por outros.

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Nas publicações seguintes, ele se dividiu entre acusações de pagamentos de propina para aprovação de projetos culturais e críticas a pessoas de esquerda. Os comentários foram intercalados ainda com um vídeo no qual discute com um jornalista, classificado por ele como "adestrado pelo ativismo gay". 

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"A cultura não é um bem da esquerda, pelo contrário, querem impor sua ideologia para manipular a sociedade", disse o pastor Malafaia. Na rede social, ele pediu a Mendonça Filho para "limpar o ministério desses esquerdopatas que ideologizaram tudo" e comemorou o fechamento da pasta. "A casa caiu", escreveu, entre risadas.

Malafaia ainda repercutiu declarações do ator da Record Sandro Rocha, que atuou no filme Tropa de elite e também comemorou o fim da pasta. "O ator de Tropa de elite Sandro Rocha disse que já foi tarde a extinção do Ministério da Cultura, só serviu para mamatas e corrupção", compartilhou. "Segundo o ator, para se conseguir aprovar um projeto no Ministério da Cultura, só conhecendo alguém ou PAGANDO PROPINA. Alguém vai falar? CALADOS!", contiunou.

Sandro também se manifestou pelas redes sociais. "Sobre o fim do Ministério da Cultura, como artista posso falar : já foi tarde !! Só serviu para contribuir com inúmeras MAMATAS de 6 ou 7 !! Para se conseguir aprovar um projeto ou se conhece alguém ou tem que pagar PROPINA !! Eu mesmo desisti várias vezes !! Uma ilusão !! Uma farsa !! Não vai fazer falta e vai ajudar a economizar para o BRASIL !! Quem está gritando é quem comia desta fonte !! ACABOU !! Quer ganhar dinheiro ? VAI TRABALHAR VAGABUNDO !!", xingou, na página pessoal no Facebook.

O fim do Ministério da Cultura gerou revolta no segmento artístico, pois é a primeira vez que o segmento fica sem uma pasta específica. O MinC foi criado em 1985, após o fim da ditadura militar. Entre 1990 e 1992, durante a gestão Fernando Collor, perdeu o status de ministério e funcionou como secretaria. Alguns produtores organizam um protesto contra a medida durante o tapete vermelho do filme pernambucano Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, no Festival de Cannes, na França. O longe é o primeiro brasileiro indicado à Palma de Ouro desde 2012. 

O ministério da cultura foi uma das nove pastas extintas por Michel Temer, reduzidas de 32 para 23. Além do MinC, outra que gerou muita polêmica foi a ausência do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos na reforma ministerial do pemedebista. Os ministérios das Comunicações e do Desenvolvimento Agrário, as secretarias de Portos da Presidência da República, Aviação Civil da Presidência da República, Comunicação Social da Presidência da República, a Casa Militar da Presidência República e a Controladoria-Geral da União também foram desfeitos.


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