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Carol representa um novo passo na representação cinematográfica da homossexualidade

Cate Blanchett e Rooney Mara interpretam um casal de lésbicas no filme de Todd Haynes

 

Dos lançamentos da temporada do Oscar, Carol é o que tem o maior poder transformador. O amor entre as lésbicas interpretadas por Rooney Mara e Cate Blanchett é transmitido de forma tão verdadeira que é praticamente impossível alguém ver o filme sem torcer para elas ficarem juntas. Até os espectadores mais conservadores e preconceituosos devem ficar sensibilizados.

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As soluções encontradas pelo cineasta Todd Haynes (Longe do Paraíso) permitem que a homossexualidade seja retratada sem tantos riscos de falsos moralismos (pois alguns dos mais consagrados filmes sobre o tema adotam um caminho trágico, apesar das boas intenções humanistas, como O segredo de Brokeback Mountain).

A condição das personagens, contudo, ainda é retratada na tela como um tabu, sem a naturalização normalmente vista em histórias sobre heterossexuais. A questão é apresentada como uma problemática, por mais que a condução leve para um caminho oposto. O desenvolvimento da trama leva à ideia de que o afeto e o respeito são mais importantes do que qualquer conflito.

Ambientada na década de 1950 e ornamentada pela Art Noveau (combinada com o estilo de vida consumista norte-americano), a reconstituição de época ainda constrói um tom de novela (ou de literatura romântica de bolso) que enriquece o encantamento pelas personagens.

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