Viver

Cena pernambucana ganha novos projetos musicais com mistura de ritmos

Carimbó, blues, MPB são mesclados aos ritmos tipicamente pernambucanos por novos nomes do cenário local

[SAIBAMAIS]De tempos em tempos, a cena musical pernambucana se renova e ganha projetos independentes com uma verdadeira fusão de ritmos. Somente neste mês, quatro novos nomes se lançaram no mercado com discos inéditos e autorais. Conhecido como celeiro de grandes artistas, o estado se destaca pela diversidade musical.

Confira os shows no roteiro do Divirta-se

A exemplo do grupo de carimbó contemporâneo Dirimbó, que estreou com EP e festa temática no Capibar. O disco homônimo traduz sons amazônicos, como cumbia, carimbó e merengue, mesclado a ritmos pernambucanos e instrumentos do coco de roda. Outro nome recente é o do cantor e compositor Juliano Muta, que divulga o primeiro disco solo Chego perto. Eclético, o álbum de Muta mistura rock, dub e bossa nova, sem deixar de lado a experimentação.

A banda Deltas constrói sonorinadades na mistura do blues americano com o baião nordestino. Liderado pelo músico e produtor Dirceu Melo, o projeto instrumental é lançado na internet, nesta quarta-feira (11). Os músicos prestam tributo aos ritmos originais e se distanciam do formato pop. O Viver traz detalhes dos novos projetos de artistas pernambucanos. Confira:

Banda estreia com festa programada para esta sexta-feira (6), no Capibar.

Música com ritmo paraense feita por pernambucanos e pegada irreverente. Essa é a aposta do grupo Dirimbó, que lança seu primeiro EP com quatro faixas autorais e sonoridade contemporânea. O projeto independente misturou carimbó, merengue, lambada e outras referências de sons amazônicos com os acordes locais. O grupo estreia com a inédita e divertida Selfie, referência ao comportamento nas redes sociais e expectativa por um like (curtida). Eles ainda trazem A noite é minha, Cabousse e Cacarimbó. O repertório da banda também é composto por clássicos do carimbó e canções de Lia Sofia, Felipe Cordeiro, Mestre Curica e Luiz Gonzaga. O grupo é formado pelos músicos Rafa Lira (vocal e guitarra), Milla Bigio (vocal e percussão), Vitor Pequeno (guitarra), Mário Zappa (baixo), Bruno Negromonte (percussão) e Alberto Ramsés (bateria). “Pretendemos estabelecer um diálogo entre Recife e Belém, incluindo nossos sons e instrumentos pernambucanos como o ilu (coco de roda)”, o guitarrista Vitor Pequeno.  

Projeto instrumental resgata a essência do blues e do baião e faz tributo aos ritmos. Foto:

A mistura inusitada de blues e baião resultou no primeiro disco da banda Deltas. Nascida da fusão dos sons dos deltas do Mississipi e do Capibaribe, a ideia surgiu a partir de uma viagem dos músicos Dirceu Melo e Walter Maymone a Chicago, em 2013, e da vivência com o jazz e o blues nos Estados Unidos. No disco Deltas, o grupo apostou em um som universal. Apesar da dificuldade de fazer música instrumental no Brasil, eles pretendem quebrar as fronteiras. “Ao misturarmos sons internacionais a ritmos brasileiros, é preciso cortar essa barreira do idioma para não ficar preso”, explica o músico e produtor Dirceu Melo, que já participou de projetos como Jorge Cabeleira e o Dia em que seremos todos inúteis. Composto por 11 faixas autorais, Deltas traz canções em caráter de tributo, onde as raízes de cada expressão musical ficam em primeiro plano. A banda é formada por Dirceu Melo (guitarra, gaitas, escaleta, baglama turca), Walter Maymone (guitarra e violão), Cristiano Bivar (bateria), Carlos Amarelo (percussão) e Thiago Fournier (contra baixo acústico e rabeca). A primeira faixa de trabalho é A rosa da montanha, foi lançada virtualmente no mês passado. O disco chega às plataformas digitais no dia 11 de novembro.

Cantor e compositor Muta estreia projeto solo com disco autoral. Foto: XX

O disco Chego perto marca a estreia do cantor e compositor Juliano Muta em carreira solo - que a partir de agora assina apenas como Muta. Realizado ao longo de três anos e de maneira independente, o álbum passeia por ritmos como bossa nova, dub, samba, bolero e brega, e prova a versatilidade do artista. São 11 faixas autorais, incluindo participações especiais de Isadora Melo e Lucas dos Prazeres. A canção Domingo foi o primeiro single a ser lançado, antes do material ser disponibilizado na íntegra em plataformas como o YouTube, SoundCloud e Spotify. Ao longo de 15 anos de carreira, Muta acumulou experiências em bandas como Inferninho Samba Orquestra (2010), Ínsula (2008) e Chocalhos e Badalos (2002). Atualmente, ele faz parte do grupo de samba e choro Fio da Meiota. "Sempre ouvi muito Chico Science, Egberto Gismonti, coisas meio jazz. Isso tudo acaba influenciando a sonoridade dos meus trabalhos", explica o artista.

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Fela Kuti inspurou grupo de afrobeat. Foto: Clélio Tomas/Divulgação

A música ancestral africana é reverenciada no som da banda Abeokuta, que acaba de lançar o primeiro EP Agô - expressão que em iorubá (dialeto africano) que significa "pedir licença para chegar". Inspirados no legado deixado pelo multi-instrumentista Fela Kuti, o grupo mistura Afrobeat com arranjos de maracatus, caboclinhos, afoxés e até frevo. "Demos aquela pitada de som pernambucano com os metais e o sopro característicos do frevo", explica o músico Jedson Nobre, idealizador do projeto. O disco de estreia Agô é composto por quatro faixas, cantadas em iorubá, português e inglês e já está disponível nas plataformas Deezer, Spotfly, Rdio e Soundclound. O grupo pernambucano é formado por 11 músicos: Jedson Nobre, (baixo) Chico Farias (guitarra), Miguel Jorge (Voz), Pedro Drope (Guitarra), Hood Rocha (teclado), Diego Drão (Orgão), Beto Bala (Baterista), Samuel Negão (percussão), Parrô Mello (sax) e Marcinho Racional (trompete).

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