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Dez anos após último disco, Los Hermanos lota show em Pernambuco e traz Anna Julia de volta aos palcos

Grupo carioca entoou hits lançados entre 1999 e 2005 durante duas horas de show, no Classic Hall

Os integrantes do Los Hermanos falaram pouco, mas tocaram durante duas horas. Foto: Brenda Alcântara/DP/DA Press

O fim da banda Los Hermanos nunca chega, realmente, ao fim. Desde o anúncio da interrupção nas atividades do grupo, em 2007, várias capitais do país têm testemunhado a reunião de Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba novamente nos palcos. Em 2010, o Nordeste recebeu quatro shows do grupo e, em 2012, integrou o roteiro de uma segunda turnê pós-encerramento, quando os 12 shows inicialmente agendados se transformaram em 25 e os rapazes percorreram o Brasil. Neste ano, após se apresentarem em comemoração aos 450 anos do Rio de Janeiro, onde tudo começou, decidiram engatar nova turnê. Recife foi a segunda capital da rota - iniciada em Belém (PA), na última sexta-feira (02) - e recebeu o quarteto no Classic Hall, em Olinda, Grande Recife, neste sábado (03).

[SAIBAMAIS] Camelo, Amarante, Medina e Barba subiram ao palco, discretos, às 23h35. Boa parte dos fãs, porém, os esperava desde as 19h, quando os portões da casa foram abertos. No sábado (03) pela manhã, muitos já se aglomeravam em fila na entrada do Classic Hall a fim de trocar os ingressos comprados pela internet. O horário de troca, que se estenderia até o meio-dia, foi prorrogado para que todos fossem atendidos. No momento do show, cambistas não possuíam muitas entradas para ofertar. Ao contrário, ofereciam lances pelos bilhetes dos desistentes - sem sucesso. Segundo informações da assessoria do evento, os ingressos se esgotaram ao longo do dia. O congestionamento de carros na Av. Agamenon Magalhães e a aglomeração de centenas de pessoas nos arredores do Classic Hall denunciavam que o show seria disputado. E foi.

A conhecida O vencedor abriu o repertório que se estendeu por duas horas, com poucas interrupções para cumprimentos e elogios pontuais à interação da plateia. Amarante e Camelo, especialmente este último, eram os porta-vozes do grupo, que não é de falar muito. O primeiro "Oi, gente!" veio após três músicas, ao fim de Além do que se vê, cantada em uníssono pelos fãs. Com smartphones em punho e mãos para cima, eles co-protagonizaram a noite, como de costume. Sabiam todas as letras decoradas, aplaudiam cada fala dos ídolos, ainda que fossem escassas, e pediam por Pierrot, sucesso que encerrou a noite, à 1h30 da madrugada deste domingo (04). Cara estranho, Retrato pra Iaiá, Todo carnaval tem seu fim, O vento, Sentimental, Morena, Descoberta, Tenha dó, A flor, Outra e O velho e o moço também entraram no setlist, que contemplou produções lançadas entre 1999 e 2005, ano do último disco da banda, 4.

Amarante e Camelo eram os mais interativos no palco, mesmo com poucas palavras. Fotos: Brenda Alcântara/DP/DA Press

Os artistas, individualmente, ganharam destaque com suas performances. A estrutura em LED com 26 metros - ideia eficaz de Batman Zavareze, diretor de arte do show, e do arquiteto Marcelo Lipianimontada, que assina o cenário - como background do palco proporcionava o foco em detalhes de cada um deles, como os dedilhados ao violão e as expressões dos rostos. "Viva o Barba!", disse Amarante após o solo de bateria do colega em Deixa o verão. O jogo de cores nas telas, em alguns momentos monocromáticas, denotavam o caráter mais melódico ou mais carnavalesco - as influências das marchinhas cariocas estavam lá - de cada música. Morena, por exemplo, o momento mais intimista da noite, foi cantada com os telões apagados.

Camelo se declarou a Pernambuco e o público ovacionou. Foto: Brenda Alcântara/DP/DA Press

À exceção das filas no acesso ao banheiro feminino e do calor habitual da aglomeração na pista da casa de espetáculos, estavam todos confortáveis, sem tumultos. Água, refrigerante e cerveja eram vendidos dentro do local. Na saída, foi preciso paciência para cruzar os portões em meio à multidão que migrava em retirada e para enfrentar o congestionamento de táxis na avenida. Mas poucos pareciam se importar: o público chegou à rua cantando trechos dos hits preferidos da noite. DVDs eram vendidos no comércio informal por R$ 10, enquanto os fãs se despediam da noite e já se perguntavam, como sempre fazem, se (e quando) haverá o próximo show.

>> Confira o setlist da noite:

O Vencedor

Retrato pra Iaiá

Além do que se vê

Todo carnaval tem seu fim

O vento

Cadê teu suín?

Do sétimo andar

Samba a dois

Cara estranho

Pois é

Morena

Um par

O velho e o moço

A outra

Paquetá

Sentimental

Primeiro andar

Tenha dó

Descoberta

Deixa o verão

De onde vem a calma

Conversa de botas batidas

Último romance

A flor

Adeus você

Anna Julia

Quem sabe

Pierrot

[VIDEO1]

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