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Livro revela como as amantes marcaram a história mundial e influenciaram o círculo de poder

"Rainhas na sombra" percorre do século 14 ao 21 para revelar meandros da vida de 20 figuras femininas cujas habilidades residiam em controlar tudo a partir dos bastidores.

[SAIBAMAIS]A coroa não leva em conta o amor. Matrimônios arranjados por interesses políticos, acertados como pactos entre famílias e nações, são regra no meio aristocrata. São igualmente habituais os relacionamentos extraconjugais, não raro bastante significativos do ponto de vista intelectual, haja vista a influência nas decisões do poder. Vinte minibiografias de cortesãs com status de monarcas foram reunidas pela historiadora Maria Pilar del Hierro em Rainhas na sombra - Amantes e cortesãs que mudaram a história (Versal, R$ 39). A obra percorre do século 14 ao 21 para revelar meandros da vida de 20 figuras femininas cujas habilidades residiam em controlar tudo a partir dos bastidores. Elas não eram só amantes, mas peças fundamentais na dinâmica das cortes das quais faziam parte, algumas vezes até nas relações diplomáticas com outros governos.

Crédito: Wikimedia-org/reprodução

A rainha dos venenos  
Madame de Montespan (1640-1707)
Casada, Françoise Athénais de Mortemart, loura de olhos azuis e de inteligência notável, conquistou Luís XIV, rei da França. O marquês, ao descobrir o affair, tornou a informação pública com estardalhaço e foi preso. Ao lado do Rei Sol, ela reinou no Palácio de Versalhes. Foi descoberto que Monstespan consultava feiticeiras e utilizava venenos. Pretendia, inclusive, envenenar o rei. Foi perdoada, mas desprezada pelo monarca.

A “rainha” de Castela
Leonor de Guzmán (1310-1351)
Affair do rei Afonso XI de Castela, a castelhana era descrita pela majestade como “a mulher mais bem dotada do reino”. Possuía habilidades intelectuais e políticas, úteis ao papel de conselheira do rei. Tiveram vários filhos. A parceria a tornava bem mais influente do que a rainha, Maria de Portugal. Após a morte do amante, vítima de peste bubônica, acabou assassinada a mando da monarca.

A “cortesã honesta” 
Verônica Franco (1546-1591)
Expoente na evolução do papel da mulher no Renascimento. Eram as “cortesãs honestas”, meretrizes que uniam à beleza e distinção uma cultura ampla e domínio das artes e letras. Tornavam-se companhias não só na hora do sexo, mas na mesa e na conversação. Em Veneza, o rei da França Henrique III recebeu do governo um “presente”: noite com Verônica, a mais bela, culta e refinada cidadã do município.

A lenda do Rei Barba Azul
Ana Bolena (1501-1536)
Com fama de sanguinário e cruel, Barba Azul, o inglês Henrique VIII, transformou uma das amantes, Ana Bolena, em esposa. Apaixonado, o rei encerrou o casamento com Catarina de Aragão. Grávida, Ana foi coroada rainha da Inglaterra. Quando tudo parecia se encaminhar para um final feliz, ela foi falsamente acusada de adultério, traição e incesto. Foi condenada à decapitação.

O amor vetado do Príncipe de Gales
Camilla Parker (n. 1947)
O casamento entre Charles, o herdeiro da coroa britânica, com Diana Spencer, Lady Di, ocorreu para assegurar a sucessão. A paixão dele aceitou calada. Camilla viveu relação de amor com o Príncipe de Gales, e ela o aconselhou a casar com Diana. O que a impedia de ser candidata ao trono era ser católica romana, Camilla rompeu com Charles em 1973 e casou-se com outro homem.

A amante polonesa de Napoleão 
Maria Walewska (1786-1817)
Amante de Napoleão Bonaparte por quatro anos, foi a responsável direta para que a Polônia de convertesse no Grão Ducado de Varsóvia e pudesse escapar, temporariamente, da tirania de russos e prussianos. Tinha cabelos castanhos, atitudes nobres e um sorriso alvo de comentários. Fruto do relacionamento com Napoleão, nasceu Alexandre Joseph Colonna, conde Waleski.

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