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Em cartaz no Recife, Carol Levy aconselha pais a dosarem conteúdo na TV para crianças

Narradora de histórias negocia com a Globo a segunda temporada do programa "Contarolando"

A pernambucana Carol Levy é publicitária, mas se encontrou na arte de narrar histórias infantis. Ela apresenta o mais novo espetáculo ContaBicho, neste sábado (4) e domingo (5), no Teatro RioMar, no Shopping RioMar.

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[SAIBAMAIS] A estreia dela na TV foi no programa Contarolando, na Globo Nordeste, que deu ainda mais visibilidade aos trabalhos que desenvolve na narrativa oral desde 2010. “Não sou atriz. Sou contadora de história. No palco, tenho anjinhos que me conduzem e me transportam para um lugar mágico”, afirma. A artista já conversa com a emissora para produzir a segunda temporada da série, ainda sem data definida para ser levada ao ar.

Carol gravou o DVD Contarola - disponível no Netflix - e o mais recente disco é o CantaBicho. Nas horas vagas, conta histórias para o filho, Bento, de dois anos e meio, e grava vídeos para o canal no YouTube. “Faço show o dia todinho. Ele deve seguir os mesmos passos. Decora as falas, dança, fica querendo interagir”, conta.

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Entrevista >> Carol Levy

Você começou publicando vídeos na internet. Quanto desse formato foi aproveitado na TV?

Não há muita diferença. O que tenho percebido e fico atenta é ao tamanho da história e à forma como posso trabalhar cada uma delas. Tem histórias que funcionam melhor no show, ao vivo, e na TV, não. Levo em consideração os objetos e os movimentos cênicos e a interferência das animações. Estou construindo o meu acervo e tenho pastinhas para selecionar as histórias que se adequam para cada mídia (TV, ao vivo ou rádio).

Como foi a experiência com o programa Contarolando?

Foi muito legal. Uma experiência muito nova, mesmo já tendo trabalhado com audiovisual. Foi um desafio, mas foi positivo. Entramos no ar ainda durante a produção e já tivemos o feedback do público. Fiquei muito à vontade e escolhi todas as histórias. Estamos gerando novos conteúdos para começar a rodar a continuação na Globo, mas ainda não temos a data definida.

O cenário e os efeitos de animação foram elementos que chamaram a atenção. Como foram pensados?

Queria um ambiente extremamente aconchegante. A ideia da tenda sempre existiu, desde o cafofo que criei aqui em casa para gravar os vídeos. E tem tudo a ver com o que queria passar. A floresta de papel, os livros no pé das arvores foram ideias dela. Conseguimos um ambiente neutro e que não atrapalhava a narração e o texto. Mas chocava na grade da Globo. O público acostumado a ver toda a programação com overdose de informações, quando se deparava com algo diferente do padrão, estranhava. As pessoas faziam: “Oi, o que é isso aqui?”.

O que acha da programação infantil na TV Aberta?

O que acontece é que mudou muito o perfil do acesso aos conteúdos infantis. Hoje se tem a TV paga e o Netflix. As crianças estão pedindo um imediatismo, querem tudo na mão. E a televisão aberta não proporciona isso. Quando era criança, a gente tinha que esperar o horário do programa. Depois dessas novas tecnologias, não se precisa mais. E isso é muito ruim. Elas estão ficando extremamente irritadas, não têm paciência de esperar um comercial. É muito perigoso isso e cabe aos pais ter o discernimento de dosar. Estou até fazendo a advogada do diabo. Mas acho que se deve dosar até Carol Levy quando a criança for ver no YouTube. A criança precisa colocar a mão na terra e brincar. Sei que não adianta nadar contra a maré, mas se pode impor limites.

Serviço

Carol Levy em CantaBicho

Quando: Sábado, 4, e domingo, 5, às 16h

Onde: Teatro RioMar - 4º piso do RioMar Shopping (Av. República do Líbano, 251, Pina)

Ingressos: Plateia: R$ 70 e R$ 35 (meia), Balcão: R$ 60 e R$ 30 (meia)

Informações: 4003-1212

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