O velório de Selma do Coco, que faleceu neste sábado (9) de falência múltipla dos órgãos, está acontecendo no Clube Vassourinhas, em Olinda. O enterro está marcado para as 16h deste domingo (10) no Cemitério de Guadalupe, também em Olinda. Selma Ferreira da Silva morreu após 20 dias de internamento no Hospital Miguel Arraes, em Paulista.
A cantora e compositora pernambucana deu entrada no hospital após ter fraturado o fêmur em uma queda no banheiro de casa. Minutos antes da morte, Selma teve uma parada cardíaca, chegando a ser reanimada, mas não resistiu. À noite, o corpo foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbitos, no Instituto Médico Legal de Pernambuco.
Segundo nota do hospital, o procedimento foi necessário por Selma ter sido internada após sofrer uma queda. Foi investigado se essa queda estaria relacionada à morte. Durante a semana a cantora foi transferida para o Hospital da Restauração (HR), onde passou por uma bateria de exames que detectou uma infecção urinária. Na quinta-feira (23), ela passou por uma cirurgia para correção da fratura. Desde então, vinha sendo tratada com diálise, após complicações nos rins.
BIOGRAFIA - Nascida em 1929, em Vitória de Santo Antão, Selma começou a carreira artística nos anos 1990. A cantora se mudou para o Recife aos dez anos e morou em Olinda posteriormente, onde vendia tapioca. O início da trajetória teve relação com o Manguebeat, sobretudo Chico Science. Em 1996, ela se apresentou, pela primeira vez para grande público, no palco do festival Abril Pro Rock.
A consagração veio com o hit "A rolinha", sucesso nos carnavais do final dos anos 1990. O primeiro disco, "Minha história", saiu em 1998. Nas letras, a cantora faz questão de reafirmar suas origens. "Eu moro em Olinda, canto coco há muitos anos, em todo canto, que beleza!".
O sucesso de Selma do Coco serviu de inspiração para o minidocumentário "Som da Rua", lançado em 1997 por Roberto Berliner. No filme, Selma fala sobre as influências e origens do coco. Ganhou Menção Especial do Juri no Mostra Internacional do Filme Etnográfico/RJ - 1998, além do prêmio Sol de Prata no Rio Cine, em 1997.
Dona Selma também foi atração do prestigiado festival de jazz de New Orleans, nos EUA. Ela representou o Brasil na edição de 2001, ao lado de nomes como Hermeto Pascoal, Chico César, Cascabulho e o Maracatu Nação Pernambuco.
Em 2008, a cantora foi agraciada com o título de Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, um reconhecimento pelo trabalho desempenhado no âmbito da cultura pernambucana. Em agosto de 2010, foi homenageada pelo Ministério da Cultura e pelas comemorações dos 22 anos da Fundação Palmares, como uma das divas da cultura negra brasileira (Afro-brasileira), na área do segmento artístico, perdendo apenas, em votação online, para Chica Xavier, atriz consagrada e estrela global.
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