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Os 15 nomes mais curiosos dos blocos de rua

A criatividade reina na hora de escolher o nome dos blocos. Entenda os enredos por trás dos estandartes

Na hora de colocar o bloco na rua, a escolha do nome é tarefa crucial. Expressões inusitadas se destacam e ajudam a ampliar o número de seguidores - além, é claro, de dar uma contribuição bem-humorada para o panteão cultural da folia e servir de inspiração (quem sabe?) para letras das músicas sobre a própria festa. Situações inesperadas, engraçadas e piadas viram mote para a brincadeira. “Momento complicado, história constrangedora, vale tudo. O interessante é quando tem algo por trás”, comenta o publicitário Leonardo Siabra, presidente do bloco Acorda para Tomar Gagau. O Viver fez uma pergunta básica aos fundadores das troças que desfilam em Olinda e no Recife: de onde vem tanta criatividade?

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[SAIBAMAIS] Crêeea // A troça dos mentirosos. Ou melhor: de pessoas que contam “histórias inverídicas”. Surgiu em 2007 a partir de brincadeira entre amigos e atores da Turma do Fonfon. O bordão “creia que é verdade” era repetido a quem contava “causos duvidosos”. Desfila no bairro de Salgadinho.

Mulé Arreta o Cara // Brincadeira entre amigos (homens, óbvio) sobre “dificuldades de relacionamento”. O bloco foi fundado em 2012 e, desde então, reúne casais, amigos e familiares, na Praça de Casa Forte. Eles promovem uma gincana Quem arreta mais?, e cada casal conta uma história. A melhor é premiada.

Barriga de Fora // Em reunião pós-reveillón, em 1996, na no Engenho do Meio, um sujeito sem camisa chamou a atenção. Desconcertado, vestiu a primeira que viu, ficou com a barriga à mostra e virou motivo para criar a troça. Sai no sábado, no Recife Antigo, às 19h.

Toco cru pegando fogo // Bloco familiar desfila pelo sexto ano em Sítio Novo, no domingo após o carnaval. Fizeram primeiro o refrão. Depois, a música e o bloco. O enredo é sobre incêndio em um toco de madeira. Mas, cá para nós, o duplo sentido prevalece. “Chama o bombeiro, chama o Samu para acabar com esse buruçu. Toco cru pegando fogo, quem quiser pode chegar, joga água no toco que é pro fogo se apagar”, diz o hino.

Troça dos ex-alunos do Colégio Nóbrega concentra às 11h, em frente ao Mercado Eufrásio Barbosa. Foto: Arquivo Pessoal

Bloco Ovos Fritos // Fundado por ex-alunos do Colégio Nóbrega. O nome surgiu do calor nas ladeiras de Olinda durante a folia. Mas os engraçadinhos fazem outra associação com o tempo quente. É no domingo, às 11h, em frente ao Mercado Eufrásio Barbosa. Há um ovo gigante para os filões temperarem.

Tá faltando um // Fundado há seis anos, é homenagem a morador do bairro de Salgadinho, conhecido como Seu Nildo, já falecido. Ele organizava o futebol, as festas e as brincadeiras para a garotada. Sai no domingo, com concentração às 13h, na Rua Feira Nova, 650, Salgadinho. Informação: 87541160.

Já que tá dentro, deixa // Surgiu há 12 anos, em um carnaval violento de Olinda. Os integrantes queriam um bloco só para eles, pois já estavam “dentro da folia”. O nome, claro, carrega outro sentido… Os mascotes são uma cobra de dez metros e quatro pererecas. O bloco sai no domingo, do Clube Atlântico. Concentração às 9h, com orquestra de frevo. Informações: 9965-0852.

Até hoje, não se sabe quem é o homenageado do bloco. Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press

Cagão Misterioso // Da Avenida Fagundes Varela, em Jardim Atlântico, em Olinda, no carnaval de 2005. Fundadores limparam o espaço e deixaram tudo pronto. No dia seguinte, a surpresa: alguém tinha passado por lá e deixado um “presente”. Até hoje, não se sabe quem é o “homenageado’’ do bloco.

Bloco Mulher Arreta Um // A “picuinha” de uma mulher foi o motivo que um grupo de cinco amigos do Arruda arrumou para fundar o bloco, em 2009. Ela era irritante (dizem eles) e foi escolhida para ser a “homenageada”.

Eu carrego até o boneco // De amigos do bairro de Rio Doce, em Olinda, em 2008. Um dos diretores disse: “Se a gente fizer um bloco, eu carrego até o boneco”. Pronto. Muitos erram: “Eu seguro o boneco”, “Eu levanto o boneco”, “Eu agarro o boneco”. Daí, o apelido carinhoso “O boneco”. Terça-feira, 11h, na Beira Mar de Olinda. Informações: 8626-3879.

Bloco Segurucu // Há 27 anos, amigos alugaram casa nas ladeiras para o Carnaval. Encontraram um dedo gigante feito de espuma. A brincadeira reinou. “Cuidado com esse dedo. Que dedo grande. Cuidado com o…”. O grupo saiu às ruas gritando “segurucu”, “segurucu” e atraiu foliões. Terça-feira, Clube Atlântico, em Olinda. Ingresso: R$ 40. 

Bloco concentra no sábado, às 16h, na Rua Coronel Joaquim Cavalcanti (Serralharia de Bill de Olinda), no Varadouro. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Bloco do Oití // Homenagem de moradores do Espinheiro ao bairro em 2003. A origem do nome se deve aos oitizeiros nas ruas. O símbolo do bloco é uma mão aberta segurando a fruta, sugestivo o suficiente para cair no gosto popular.

A Turma do Atolintí // Amigos de San Martin bebiam cerveja, em 2011, quando um deles começou a imitar um chinês e dizer que já ‘pegou’ fulaninha e beltraninha e que agora ia “atolar em tí”. A referência sexual pegou. O símbolo do bloco é um chinês com uma vara na mão.

Acorda para tomar gagau // A música Bebe negão, de Renato Fechine, fazia sucesso à época (2002). O refrão dizia “Eu vou beber pra esquecer meus problemas”. Surgiu a brincadeira: “Deixa de ressaca, e acorda para tomar gagau”. Durante o desfile, as pessoas se vestem de bebê e levam mamadeiras.

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