Não fosse o "quarto de jogos" do protagonista (com diversos apetrechos e brinquedinhos sexuais) e o conhecimento prévio - fornecido pelo livro homônimo - sobre seu sadismo, o Sr. Grey do longa Cinquenta tons de cinza passaria somente por um jovem abastado com vida sexual um pouco mais apimentada do que a comum. Não há muito o que esperar das cenas de sexo que "esquentaram" cabeceiras mundo afora em sua versão para as telonas: você não verá nada que não já tenha feito ou pensado em fazer, ainda que secretamente. O sadomasoquismo intenso - violento mesmo, em algumas passagens - descrito nos mínimos detalhes por E.L. James, dá lugar a cenas de sexo mornas. É ensaiado um nu frontal do ator Jamie Dornan, mas somente ensaiado. Já a nudez feminina, como de costume, é o destaque das tomadas. Curvas, seios e contorcionismos da atriz Dakota Johnson não são poupados.
“Christian não se destaca nas telas. No livro, as punições aplicadas pelo dominador são muito mais cruéis. Enquanto a Anastasia do filme demonstra algum humor e curiosidade nas cenas de masoquismo, inclusive prazer, a versão literária da protagonista sofre e sente bastante dor. Nas telonas, ela parece “gostar” dos jogos. No primeiro castigo [no livro], ela passa um tempo sem sequer conseguir sentar. No filme, tudo isso é muito mais suave. ”, diz a estudante e blogueira Rebeca de Arruda (20), comparando as duas versões do enredo. Rebeca esperava mais cenas de nudez, mais “agressividade” e mais tempo dedicado aos jogos sexuais do Sr. Grey. Porém, se diz surpreendida positivamente pela atuação da protagonista.