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Operação combate degradação e extração irregular de pedras com uso de explosivos

Treze pessoas foram levadas para a delegacia por causa de crimes ambientais no Grande Recife

Publicado: 13/05/2024 às 12:14

Crime ambiental foi flagrado em pedreira/Foto: Polícia Civil

Crime ambiental foi flagrado em pedreira/Foto: Polícia Civil

Crime ambiental foi flagrado em pedreira
Uma operação envolvendo a Polícia Civil e a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) flagrou crimes ambientais e degradação em uma área de extração irregular de pedras do tipo granito, com uso de explosivos. 
 
A ação de fiscalização foi realizada na área conhecida como Lagoa de Pedra, no bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
 
Segundo a polícia, 13 pessoas foram levadas para a delegacia para prestar depoimento. Contudo, nenhuma delas foi alvo de prisão e foram liberadas após prestarem depoimento. 

Segundo a CPRH, o esquema que consistia em uma verdadeira pedreira irregular, extraia, em média, 203 toneladas de granito por dia. 

As pedras eram comercializadas a preços abaixo do mercado para empreiteiras especializadas na produção de materiais para a construção de muros de arrimo e asfalto. 

Ainda segundo a CPRH, a área devastada compreende um prédio de 10 andares, já que o esquema de extração irregular funcionava há quatro anos.
A área onde a extração ilegal de minérios foi descoberta compreendia ao tamanho de um prédio de 10 andares
Segundo o delegado titular da Delegacia do Meio Ambiente (Depoma), Ademar Cândido, no dia em que a operação foi deflagrada, os policiais apreenderam dois caminhões, carregados com pedras,  mangueiras, 14 marretas, duas alavancas, e 30 ponteiros para uso nas explosões. 

Nos dois caminhões estavam pedras extraídas que somaram 14 toneladas, sendo sete toneladas em cada carga. Segundo a polícia, cada carga seria comercializada por R$ 400, sendo um preço bem abaixo do valor de mercado. 
 
Como foi
 
Explosivos foram apreendidos
A ação foi deflagrada, na sexta (10), e divulgada, em entrevista coletiva concedida nesta segunda (13), na sede da Polícia Civil, na área Central do Recife.  

Participaram militares da Companhia Independente de Polícia do Meio Ambiente (CIpoma) e do 6º BPM, além de duas equipes de policiais civis disponibilizados pela Diresp e representante do Instituto de Criminalística (IC).

Segundo o diretor de fiscalização da CPRH, Maviael Torchia, o esquema foi descoberto após denúncia anônima e durante a operação deflagrada pelos órgãos, foi utilizado drones para mapear a área em que estava sendo extraída as pedras de forma ilegal. 

Segundo o gestor, quatro pessoas, sendo dois deles os condutores dos caminhões, receberam multas de R$ 3 mil cada, que no final da ação, as penalizações pecuniárias somaram R$ 12 mil. 

“A CPRH está intensificando as ações de fiscalização na fauna, flora, recursos naturais, como também na parte de fiscalização no sentido de coibir essa extração mineral. Neste caso, ao chegar no local, identificamos a presença de dois caminhões carregados com material conhecido como granizo rachão. Aproximadamente 16 pessoas atuavam no local, onde identificamos que a extração aconteceu em dois locais distintos, mas próximos. Um deles era o esquema de extração que funcionava há mais de quarenta anos. Identificamos recentemente que está havendo a comercialização ilegal de minerios sem licenciamneto ambiental, além de usurpação de bem público da união”, explicou o diretor. 

Ainda segundo ele, somente este ano, a CPRH já multou 25 pessoas que estavam atuando em extração ilegal de minerios e recursos naturais, como multas que já somam R$ 1,5 milhão. 
 
Já o delegado Ademar Cândido, titular do Depoma, falou que as 

“Um crime ambiental terrível,onde as pessoas exploram essas pedras e as comercializam. Nós estivemos no local e levamos inclusive a equipe do Instituto de Criminalística, fizemos toda a operação, detivemos 13 pessoas, ouvimos ela, onde se comprovou o crime configurado. Todas alegavam que não sabiam que estavam atuando de forma ilegal. Vivem da extração de pedras, são pessoas humildes, mas estavam cometendo crimes”, disse o investigador. 

Ainda segundo ele, foi necessário acionar o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) para que o efetivo de policiais realizasse a implosão dos explosivos apreendidos com segurança. 
 
"Eles usaram explosivos para detonar as pedras. Eram artefatos caseiros. Vão ser enquadrados nas leis de crimes ambientais", disse o delegado. 
Polícia apresentou caso de crime ambiental
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