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DENÚNCIA

Caso Heloysa: Ministério Público denuncia cabo da PM por tiro que matou garota durante ação do BOPE em Porto de Galinhas

Publicado em: 16/08/2022 12:35 | Atualizado em: 16/08/2022 13:53

Heloysa foi morta com um tiro no peito durante uma operação do BOPE na comunidade onde morava (Rafael Vieira/DP Foto)
Heloysa foi morta com um tiro no peito durante uma operação do BOPE na comunidade onde morava (Rafael Vieira/DP Foto)
Diego Felipe de França Silva. Esse é o nome completo do cabo da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) que está sendo denunciado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por ter disparado o tiro que matou a menina Heloysa Gabrielly, de apenas seis anos de idade, durante uma operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) na comunidade Salinas, em Porto de Galinhas, em março deste ano.

A denúncia foi realizada na manhã desta terça-feira (16), na Vara Criminal da Comarca do Ipojuca. De acordo com o Código Penal, Diego Felipe de França Silva está sendo denunciado por homicídio, promoção de perigo comum e erro de execução.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio das Promotorias de Justiça Criminais do Ipojuca, denunciou o policial militar Diego Felipe de França Silva pelo resultado da morte da criança Heloysa Gabrielly da Silva Fernandes Nunes, de seis anos, no dia 30 de março de 2022, na praça da Televisão, na comunidade das Salinas, em Porto de Galinhas, município do Ipojuca. Denunciado pela infração ao artigo 121 (homicídio), § 2º, inciso III (resultar perigo comum), combinado com o artigo 73, primeira parte (erro de execução), do Código Penal. A denúncia do MPPE foi protocolada na manhã desta terça-feira (16/08), na Vara Criminal da Comarca do Ipojuca”, trouxe a nota.
 
Relembre o caso 
A garota Heloysa foi morta no dia 30 de março deste ano, em Porto de Galinhas, no Ipojuca. O disparo que a matou aconteceu no momento em que policiais do Batalhão de Operações Policias Especiais (BOPE), em uma operação, procuravam por um suspeito de envolvimento com tráfico de drogas na região. Na versão da polícia sobre a história, houve troca de tiros. Os moradores, no entanto, defendem a tesa de que apenas os policiais atiraram naquela noite.
 
Protestos 
Uma onda de revolta se instaurou na comunidade após a morte da menina. Moradores, amigos e familiares dela fecharam as vias de acesso a um dos principais destinos paradisíacos do país. O comércio também ficou de portas fechadas. 
  
Aos gritos pedindo por justiça, pessoas levantaram cartazes sobre o episódio. "Assassinos de fardas", "Fora BOPE" e "Justiça por Heloysa" estampavam alguns deles.
 
ONU 
O total de 119 entidades apresentaram à Organização das Nações Unidas (ONU) e também para a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), um documento apontando violações de normas e recomendações internacionais durante as ações policiais no Ipojuca. 
 
Além disso, pediam pela criação de um plano de medidas contra a violência e letalidade policial, com participação da sociedade civil. 
 
Dados 
De acordo com dados levantados pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, fornecidos para a Rede Observatórios de Segurança, no ano de 2020, 113 pessoas foram mortas em ações policiais no estado. Destas, 97,3% eram pretas ou pardas.
 
O Instituto Fogo Cruzado traz dados da violência armada no Recife e na sua Região Metropolitana, ressaltando que, de 2018 até 2022, 286 pessoas foram baleadas em operações policiais, causando 127 mortes.
 
No Brasil de 2020, a polícia foi responsável por cerca de 13 em cada 100 mortes violentas naquele ano, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. 
 

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