Vida Urbana

"Peço a Deus que o culpado seja mesmo ele", diz mãe de Beatriz sobre identificação de assassino


Lucinha disse que ela e o marido Sandro vinham verificando cerca de 15 denúncias feitas por pessoas de todo o país que se comunicam com o casal, mas que Marcelo da Silva, 40 anos, apontado pela polícia como assassino da garota e já está preso por outros delitos, não estava entre os cogitados. "Não sabíamos de nada. Peço a Deus que seja ele, que se confirme, que esse assassino seja tirado da sociedade, que seja preso e condenado", enfatizou.

A mãe de Beatriz chamou de "desumana" a divulgação da identificação do autor pela polícia, sem antes avisar o casal, e disse que ela e o esposo vão comparecer à coletiva de imprensa marcada para as 9h desta quarta-feira, na sede da Secretaria de Defesa Social, no Recife, para tentar esclarecer alguns pontos da investigação.

"Se foi feito exame de DNA e deu positivo, tem outros elementos que precisam ser confirmados, sobretudo a motivação. Não venha a polícia me dizer que ele é um doido que estava passando na rua e entrou no colégio. Não venham com esse argumento porque comigo não cola. Ninguém entra naquele colégio sem ser conduzido por alguém", opinou.

"A confissão e o resultado do DNA para mim não são suficientes", reforçou.

Mais cedo, a SDS anunciou que, por meio do trabalho conjunto das forças estaduais de segurança pública, chegou ao autor do assassinato. "Por determinação do governador Paulo Câmara, a Força Tarefa - criada em 2019 para investigar o caso foi mantida mobilizada até a elucidação deste crime", informou a SDS em comunicado.

A equipe revisitou todo o inquérito e realizou novas diligências. A identificação do suspeito se deu por meio de análises do banco de perfis genéticos do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos, realizadas no dia de hoje (terça-feira), que identificou o DNA recolhido na faca utilizada no crime. Em confrontação de perfis genéticos do banco, chegou-se ao DNA do suspeito, Marcelo da Silva, 40 anos, que se encontra preso por outros delitos em uma unidade prisional do Estado. Ao ser ouvido pelos delegados da Força Tarefa, confessou o assassinato e foi indiciado.


A garota foi morta em 10 de dezembro de 2015, enquanto acontecia a festa de formatura da irmã mais velha no colégio. No dia 28 de dezembro do ano passado, após mais de 700 km de caminhada entre Petrolina e o Recife para pedir Justiça, os pais foram recebidos pelo governador Paulo Câmara.

Na ocasião, Câmara se mostrou favorável à federalização da investigação do caso, que era o principal pleito da família. Ele também anunciou a demissão de um perito criminal que atuou na investigação, mas prestou serviços particulares de consultoria ao colégio, o que é proibido por lei.

O inquérito, que já passou por oito delegados, tem 24 volumes, 442 depoimentos, sete tipos diferentes de perícias, 900 horas de imagens e 15 mil chamadas telefônicas analisadas. O material  foi remetido ao Ministério Público de Pernambuco em 13 de dezembro de 2021. Os autos já haviam sido enviados em 2019 ao MPPE, que requisitou novas diligências. 

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