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CRIME

Justiça mantém prisão preventiva de homem acusado de matar ex-esposa ao bater carro em árvore no Recife

Publicado em: 28/09/2021 20:23 | Atualizado em: 28/09/2021 21:11

 (Foto: Ricardo Fernandes/DP)
Foto: Ricardo Fernandes/DP
A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) manteve, nesta terça-feira (28), a decisão que trata como feminicídio a morte da engenheira de computação Patrícia Cristina Araújo Santos. A mulher morreu após o ex-marido, o representante farmacêutico Guilherme José de Lira Santos, bater o carro que dirigia em uma árvore, em 2018. Com a decisão dos magistrados, a prisão preventiva do acusado foi mantida.

Durante o processo, a defesa do acusado tentou infundir a ideia de que o caso se tratava de crime de trânsito, numa tentativa de desqualificar o crime de feminicídio, que ocorre quando a mulher é morta por ser mulher. No entanto, a decisão foi tomada de forma unânime pelos desembargadores Fausto Campos, Mauro Alencar e Evandro Magalhães.

"Após analisar detidamente o caderno processual, comungo o pensamento do juízo primeiro e entendo não assistir razão ao recorrente", disse o relator. De acordo com os magistrados, por outro lado, a decisão que define se o crime foi doloso ou culposo caberá ao Conselho de Sentença. "A controvérsia reside em definir se o recorrente pretendia matar a vítima, devendo, pois, ser submetida ao Tribunal do Júri, ou se, como alega a defesa, apenas fora imprudente na condução de veículo automotor".

O TJPE informou que as testemunhas já foram ouvidas e o réu já foi interrogado. Depois que o recurso for julgado, o Ministério Público e a defesa de Guilherme José de Lira farão as alegações finais.

Caso

A batida ocorreu no dia 5 de novembro de 2018, na Rua João Fernandes Vieira, no bairro da Boa Vista, região central do Recife. Patrícia Cristina Araújo Santos estava no banco do passageiro, quando o ex-marido, Guilherme José de Lira, acelerou o carro e bateu na árvore. Na ocasião, o acusado ficou ferido e foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Patrícia tinha 46 anos e morreu na hora.

A Polícia Civil concluiu que a batida foi intencional e que Guilherme de Lira cometeu feminicídio. A perícia, por sua vez, constatou que o carro saiu de 51 para 70 quilômetros por hora, até chegar à árvore em que ocorreu a colisão.

Também foi constatado que não havia obstáculo no caminho do veículo e, mesmo assim, o acusado não acionou os freios antes da batida. 








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