Para suprir necessidades da sociedade civil, surge o terceiro setor. Composto por organizações privadas não governamentais e sem fins lucrativos, essa esfera independe do Estado e mercado. Muitas dessas organizações sobrevivem de parcerias e investimentos, mas o trabalho voluntário é o que as move de fato. Desde 1985 comemora-se no Brasil o dia do voluntariado, para celebrar e reconhecer esse setor que causa impactos sociais tão importantes. Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade do Recife tem um número de voluntários maior que a média nacional. Essa perspectiva voltou os olhos da startup social FreeHelper para a cidade.
A plataforma busca profissionalizar o terceiro setor, conectando profissionais voluntários à ONGs que buscam um determinado perfil. Amanda Trentin, analista de operações da startup, explica o funcionamento da plataforma, “a gente se reúne com a instituição, entende o que ela precisa, quais etapas são necessárias para cumprir a tarefa e abrimos a vaga. Temos um banco de voluntários que recebem as vagas por e-mail e à medida que demonstram interesse, nós conversamos e selecionamos o melhor perfil para a ação em questão”. O cadastro na plataforma (freehelper.com.br), para ONGs ou voluntários é completamente gratuito.
O voluntariado profissional é aquele que exige conhecimento técnico do voluntário e abrange principalmente campos como o direito, design, programação, entre outros. Apesar disso, Amanda ressalta que a FreeHelper trabalha com todas as áreas, pois sempre existem muitas demandas que necessitam de voluntários especializados.
A estudante Luana Barros (19) atua como voluntária há alguns meses no programa Futuras Cientistas, ligado ao Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), que objetiva incentivar meninas da Rede Pública de Ensino de Pernambuco nas áreas relativas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês), através de imersões científicas, bancas de estudos e iniciações científicas. Trabalhando como voluntária no Futuras Cientistas, Luana tem a oportunidade de levar para outras meninas o incentivo que ela não teve durante seu ensino médio. “Eu me sinto muito muito feliz em ver meninas se interessando pelas áreas Stem como eu me interesso, mas quando eu estava na escola, eu nem sonhava em receber um incentivo parecido. Ajudar a dar essa oportunidade é muito gratificante”, relatou a estudante.
O voluntariado profissional anda lado a lado do voluntariado assistencialista — aquele que busca atender demandas sociais urgentes —, impulsionando os trabalhos das ONGs e instituições que recebem esse trabalho. “As ONGs que temos contato nos relatam algumas dificuldades. Como por exemplo, a dificuldade em locais mais distantes de acessar a internet, usar o celular, ou até mesmo captar recursos por causa de atrapalhos na política. A gente busca expandir atividades para somar forças com essas ONGs que atuam em causas importantes e urgentes. Mesmo que não seja possível substituir o incentivo governamental ou até mesmo privado, a gente trabalha em prol das ONGs que já atuam e precisam de ajuda”, complementa Amanda.
“O voluntariado é um movimento contínuo e participar dele é muito satisfatório, vale a pena fazer a diferença quando a gente soma forças!”, finaliza a analista.
Loading ...