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URBANISMO

Vereadores articulam políticas para resgatar o Centro do Recife

Publicado em: 24/08/2021 15:00 | Atualizado em: 24/08/2021 17:24

A Frente foi criada para formular, implementar e fiscalizar políticas públicas de resgate e desenvolvimento do Centro do Recife.
 (Fabson Gabriel/DP)
A Frente foi criada para formular, implementar e fiscalizar políticas públicas de resgate e desenvolvimento do Centro do Recife. (Fabson Gabriel/DP)

O Centro do Recife, que pulsava vida e comércio, hoje vive o esquecimento e esvaziamento das suas ruas. A manhã, onde ainda existem lojas que resistem aos efeitos da crise econômica agravada pela pandemia da Covid-19, contrasta com a noite, onde o silêncio e a insegurança tomam conta de uma paisagem que já foi efervescente e convidativa. É certo que o clima de tristeza e abandono é sentido em todas as horas do dia. Para evitar uma maior degradação da região histórica da cidade, vereadores de oito partidos diferentes se uniram na criação da “Frente Parlamentar pelo Centro do Recife”. A comissão visa implementar políticas públicas voltadas para a dinamização econômica, além de estratégias de habitação, recuperação do patrimônio histórico, inovação e tecnologia no Bairro do Recife (incluindo a comunidade do Pilar), os bairros de Santo Antonio, São José, Cabanga e Joana Bezerra (com foco na comunidade do Coque) e a Boa Vista, importante veia comercial da Capital pernambucana.

“Aqui tem sido discutido um Centro que seja economicamente ativo, porque ali nós temos facilidade de deslocamento; a barreira do deslocamento de quem mora no Centro é muito menor. E você tem também a possibilidade de moradia de baixa renda, porque as pessoas estarão próximas aos postos de trabalho. Então, tudo isso, que essa Comissão formada por vereadoras e vereadores, quer discutir”, explicou a vereadora Cida Pedrosa (PC do B). Uma audiência pública transmitida on-line no YouTube presidida pela vereadora, ocorreu na segunda-feira (23), na Câmara Municipal da Capital, e formalizou a articulação.

“Nós queremos pensar um novo Centro e colaborar com o Poder Público Municipal, para que essas áreas tão queridas, para todos os recifenses, sejam um espaço-tempo, de construções culturais. Essa área de cultura e resistência precisa ser olhada e gestada de forma coletiva. Não tem como a gente gestar o Centro do Recife na ótica de uma única secretaria de governo. O Centro só pode ser gestado se se envolverem a Secretaria de Planejamento, de Cultura, Esportes, Assistência Social, de Saúde, todas. Ou seja, precisamos pensar o Centro a partir de uma gestão transversal e compartilhada”, complementa a presidente da Frente Parlamentar.


O arquiteto e urbanista Francisco da Cunha, consultor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que palestrou durante a audiência pública realizada ontem, considera que é preciso ficar atento para que a busca pela revigoração do Centro da Cidade não resulte em um processo de “gentrificação”, ou seja, com as pessoas de menor poder aquisitivo sendo afastadas da área para dar espaço a moradores de classes média e alta.

“Nenhum agente isolado, por mais bem intencionado que seja, será capaz de superar esse desafio sozinho, que demanda um projeto de desenvolvimento integrado, que passa pela reinvenção da vocação econômica do lugar, considerando a complexidade de sua unidade territorial de ilha como uma expressão de demanda social na sua parte 'esquecida'”, observa Cunha. “Santo Antônio e parte de São José, são um centro de atração 'natural' para o comércio popular, moradia no espaço público e complemento de renda das populações desvalias próximas", complementa.

Neste semestre, o grupo presidido pela vereadora Cida Pedrosa (PC do B), debaterá habitação, dinamização do Centro, patrimônio histórico, inovação e tecnologia, vocação econômica e gestão compartilhada. (Divulgação)
Neste semestre, o grupo presidido pela vereadora Cida Pedrosa (PC do B), debaterá habitação, dinamização do Centro, patrimônio histórico, inovação e tecnologia, vocação econômica e gestão compartilhada. (Divulgação)

Comissão de resgate
A Frente Parlamentar, considera que a área tem muitas vocações, a qual se ressalta o comércio ambulante, além da infraestrutura viária, de transporte e saneamento. “Entre outras coisas, é possível construir novas possibilidades econômicas, de moradia, incentivar rearranjos culturais e valorizar o patrimônio histórico e religioso da área, incrementando o turismo. A Frente entende que essas realizações só serão possíveis com a união do poder público (executivo e legislativo), iniciativa privada e sociedade civil trabalhando com essa finalidade”.

Ao longo deste semestre a previsão é que o grupo debata sobre habitação, dinamização do Centro, patrimônio histórico, inovação e tecnologia, vocação econômica e gestão compartilhada. A proposta da Comissão foi criada com a finalidade de formular, incentivar, implementar, acompanhar e fiscalizar políticas públicas voltadas para o território central e incentivar a implementação de ações previstas no Plano Municipal de Preservação das Áreas Históricas.

Fazem parte da Frente os vereadores: Cida Pedrosa - presidente (PCdoB), Marco Aurélio (PRTB), Luisy Eustáquio (PSB), Zé Neto (PROS), Dani Portela (PSOL), Rinaldo Jr (PSB), Alcides Cardoso (DEM), Liana Cirne (PT) e Michelle Collins (PP).

Confira a audiência pública on-line:

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