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Arboviroses

Mosquitos que inibem transmissão da dengue serão soltos em Petrolina

Publicado em: 04/12/2020 14:30 | Atualizado em: 04/12/2020 16:14

 (Miva Filho/SES-PE)
Miva Filho/SES-PE
Para enfrentar a luta contra as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, mosquito que propaga vírus como a dengue, zika, chikungunya e febre amarela, o Ministério da Saúde e o Governo de Pernambuco vão soltar em Petrolina, pernilongos com o microrganismo Wolbachia, que impede os vírus prejudiciais à saúde humana de se desenvolverem dentro do inseto. De acordo com o governo, a estratégia, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, o World Mosquito Program e a Prefeitura de Petrolina, é que os mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia se reproduzam com os mosquitos locais, reduzindo as possibilidades de transmissão de doenças para as pessoas.

“Os dados já apresentados na iniciativa pioneira em Niterói, no Rio de Janeiro, são promissores, e nossa intenção é expandir essa iniciativa para outras localidades do Brasil, como acontece hoje em Petrolina, reforçando assim, o enfrentamento de controle das arboviroses”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo de Medeiros.

O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, ressaltou a importância da iniciativa para a diminuição dos casos das arboviroses no estado. “Ter mais esse projeto em desenvolvimento é um motivo de grande satisfação. O SUS pode dar certo todas as vezes que a gente articular de forma adequada a academia, a pesquisa, a inovação, a tecnologia, com os três entes trabalhando no mesmo sentido", afirmou o secretário.

Para o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (DEIDT) do Ministério da Saúde, Laurício Monteiro, a expansão do projeto Wolbachia é um avanço na luta contra o mosquito. “Estamos dando um passo importante no enfrentamento das arboviroses de transmissão pelo Aedes aegypti. Trazer o Método Wolbachia para o Nordeste irá nos ajudar a entender melhor o comportamento dessa estratégia nas condições climáticas locais, podendo expandir posteriormente essa tecnologia para outras localidades da região”, ressaltou.

A parceria foi firmada a partir da assinatura do Termo de Cooperação Técnica, que ocorreu na Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE), e contou com a presença dos representantes do Ministério da Saúde, o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (DEIDT), Laurício Monteiro Cruz, e da coordenadora Geral de Vigilância das Arboviroses, Noely Moura, do líder do Método Wolbachia e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, do secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, da gerente da VIII Gerência Regional de Saúde (Geres), Aline Jerônimo, e da secretária executiva de Vigilância em Saúde de Petrolina, Marlene Leandro dos Santos Peixoto. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, participou remotamente do evento.

 (Divulgação/SES-PE)
Divulgação/SES-PE


O Método Wolbachia teve eficácia comprovada a partir de um estudo realizado em Yogyakarta, Indonésia. A pesquisa apontou uma redução de 77% na incidência de dengue em áreas tratadas com o microrganismo da Wolbachia em comparação com áreas não tratadas. No Brasil, dados preliminares observacionais apontaram uma redução de 75% dos casos de Chikungunya, em Niterói, no Rio de Janeiro. De acordo com o líder da iniciativa no país, Luciano Moreira, é importante esclarecer a população sobre como funciona a ação. “O engajamento é o momento em que dialogamos com a população, apresentamos o Método, tiramos as dúvidas e explicamos como será feita a liberação do Wolbito, o Aedes aegypti com Wolbachia”, ressalta.

De acordo com o governo, em janeiro de 2021 serão realizados os trabalhos de mobilização social em Petrolina, para explicar o funcionamento da ação. A soltura dos mosquitos com Wolbachia ficará para o primeiro semestre do próximo ano.


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