Vida Urbana

Ciclistas enfrentam dificuldades para utilizar vias exclusivas


Lixos, entulhos, pedestres e carros. Esses são alguns dos obstáculos que os ciclistas têm que desviar durante a utilização das vias exclusivas para bicicletas. O espaço dedicado àqueles que preferem circular pela cidade ao ar livre também apresentou limitações. Durante algumas das principais vias das cidades do Recife e Olinda, a reportagem do Diario de Pernambuco flagrou ciclistas disputando espaço com carros, ônibus e motos. Em outra situação, era frequente a presença do transporte circulando nas calçadas.

José Hildo, 35, trabalha com construção civil e informou que, para chegar ao trabalho, precisa desviar de entulhos e lixos deixados nas ciclovias. Na Avenida Norte, onde José pedalava na manhã desta segunda-feira (19), registamos a dificuldade dos condutores para contornar veículos que saíam de estabelecimentos e precisavam cruzar a ciclofaixa.

"É difícil porque todos os dias tem lixo na via, buracos, saída de esgoto com a tampa levantada. Fica muito complicado de andar desse jeito. Passo aqui para ir ao trabalho e muitas vezes me aborreço", afirmou.


Já na Orla de Olinda, apesar da ciclovia livre, muitos ciclistas seguiam o trajeto pelas calçadas, dividindo espaço com pedestres que corriam e caminhavam. A cidade tem um sistema de mobilidade com apenas 13,3 km de ciclovias, sendo 3,5 km na Avenida Marcos Freire, na beira-mar. O município estuda implantar ciclofaixas para fazer conexão com as rotas existentes e ampliar a capacidade da rede cicloviária.

 
O mapeamento das futuras ciclofaixas está sendo feito com apoio de organizações em defesa dos ciclistas. A beira-mar é uma das opções de rota para interligar os municípios de Paulista e Recife, sem falar na PE-15. Uma visita técnica feita por integrantes da Bike Anjo, Ameciclo e Olinda Bike Club com técnicos do município e do prefeito da cidade identificou as necessidades de melhoria em vários pontos, incluindo a beira-mar. Um dos problemas apontados é a areia que invade a ciclovia e atrapalha a circulação.

Para o pedreiro Júnior dos Santos, 28, as vias exclusivas para bicicletas precisam de fiscalização.

"Alguns motoristas não respeitam a via, estacionam na ciclofaixa e vão embora. Se não tem fiscalização as pessoas não ligam e fica por isso mesmo", contou.

De acordo com Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), a capitam possui 140 quilômetros de malha cicloviária, que são compostas por ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas, além de 30 quilômetros de rotas operacionais que funcionam aos domingos e feriados.


Multas

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o motorista que estacionar sobre a ciclofaixa ou ciclovia, se flagrado cometendo a infração, poderá pagar uma multa de R$ 127,69 além da inclusão de cinco pontos na carteira. Já os condutores que transitarem com os veículos pela ciclovia estarão sujeitos a multa no valor de R$ 574,62, além de sete pontos na carteira.


Em um levantamento realizado em abril pela empresa para entender o perfil dos usuários que estão utilizando o sistema Bike PE durante a quarentena, foi observado que mais de 86% optam pela bicicleta como prevenção ao novo coronavírus e que 97% pretendem continuar utilizando as laranjinhas ao término da quarentena. 

O estudo ainda apontou que, em média, 16% dos usuários que estão utilizando as laranjinhas em todas as praças disponíveis são profissionais da área da saúde. Esse dado demonstra que as pessoas confiam na bike como uma forma segura de deslocamento.

 

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
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