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Crianças do Pilar que não tinham celular para estudar ganham aparelhos

Publicado em: 11/08/2020 17:06 | Atualizado em: 11/08/2020 18:25

Aparelhos foram entregues a crianças do Pilar nesta terça-feira. (Foto: Leandro de Santana/Esp.DP)
Aparelhos foram entregues a crianças do Pilar nesta terça-feira. (Foto: Leandro de Santana/Esp.DP)

O único celular na residência de Maria Rosângela Vasconcelos, 34, era dividido pelas cinco filhas da dona de casa na hora de estudar. Agora, a família tem dois celulares e um tablet. Sensibilizados com a história da família de Maria Rosângela, moradora da comunidade do Pilar, no Bairro do Recife, leitores do Diario doaram aparelhos eletrônicos para que os estudantes retratados na matéria Com internet gratuita, crianças do Pilar não conseguem estudar sem celular ou computador, publicada pelo jornal no dia 6 de agosto, pudessem acessar as aulas virtuais.

Apesar da internet garantida desde julho pelo projeto Pilar Conectado - iniciativa do Porto Digital que disponibiliza Wi-Fi gratuito às famílias da comunidade do Pilar -, a falta de aparelhos eletrônicos dificultava o acesso das filhas de Maria Rosângela aos conteúdos online da escola e da creche onde estudam. Pela manhã, Beatriz Vitória, de 11 anos, usava o celular para acessar os vídeos produzidos pelas professoras da Escola Municipal Nossa Senhora do Pilar. Fazia as tarefas e tirava as dúvidas usando o WhatsApp.

A família de Rosângela, que tinha apenas um celular para acessar aulas, agora, tem três aparelhos. (Foto: Leandro de Santana/Esp.DP)
A família de Rosângela, que tinha apenas um celular para acessar aulas, agora, tem três aparelhos. (Foto: Leandro de Santana/Esp.DP)

Quando ela liberava o aparelho, a mãe acessava os conteúdos enviados para Maria Letícia, de 9 anos. À tarde, era a vez de Maria Lucia, 6 anos, que está sendo alfabetizada em casa pela mãe. Maria Rosângela também usava o único celular para acessar as atividades enviadas para Kimberly Nayara, de 4 anos, e Marília Gabriela, de 3, que estudam na Creche Doutor Albérico Dornelas Câmara, localizada na sede da Prefeitura do Recife, no Cais do Apolo.

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Na tarde desta terça-feira (11), a família recebeu as doações feitas pelos leitores da matéria. "Vai melhorar muito para elas estudarem, pois conseguiremos dividir melhor com três aparelhos em casa", disse Rosângela. A gestora da escola onde as meninas estudam, Renata Noblat, participou do momento da entrega e disse que a família se destaca pela participação. "Mesmo com todas as dificuldades e tendo apenas um aparelho, elas nunca deixaram de participar das atividades escolares. Rosângela é uma mãe presente e ativa", destacou.

Tablets foram doados à família de Mayara Silva. (Foto: Leandro de Santana/Esp.DP)
Tablets foram doados à família de Mayara Silva. (Foto: Leandro de Santana/Esp.DP)

Além da família de Rosângela, a dona de casa Mayara Silva, 25 anos, que vivia situação semelhante, também recebeu doações. O único aparelho da família ficava com o marido dela, que precisava usá-lo a trabalho. A mãe de Matheus Gabriel, 7 anos; Maysa Vitória, 4, e Renan Miguel, 2, tentava fazer as atividades solicitadas pelas professores, mas dificilmente conseguia. Eles ganharam, nesta terça-feira, dois tablets para que as crianças consigam assistir às aulas. "Vai ser ótimo para eles acessarem as tarefas, para ver os recados das professoras", afirmou Mayara. 

Acesso

O acesso à internet tem avançado em Pernambuco, de acordo com  dados levantados pela pesquisa voltada para o acesso dos brasileiros à Tecnologia da Informação e Comunicação - PNAD TIC, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números, do fim de 2018, foram divulgados em abril deste ano. Do total de 3,17 milhões de domicílios pernambucanos, 2,27 milhões (71,4%) têm acesso à rede.

No estado, 9% dos domicílios, isto é, 285 mil lares, não têm aparelho celular, acima da média brasileira, que é de 5,1%. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), a porcentagem é de 4%. O funcionamento do serviço de rede móvel celular se estende a 82,7% dos domicílios pernambucanos. Segundo o IBGE, em Pernambuco, 1,09 milhão de domicílios, ou seja, 34,4% deles, tinham ao menos um microcomputador ou tablet. O dado coloca o estado abaixo da média nacional, de 41,7%. O rendimento médio de quem não tem computador nem tablet no estado é de R$ 668.
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