A morte prematura de Miguel Otávio, criança de cinco anos que caiu do nono andar do Píer Maurício de Nassau, um dos prédios das Torres Gêmeas, no Bairro de São José, área central do Recife, repercutiu entre parlamentares do Congresso Nacional e lideranças políticas.
O menino foi deixado por sua mãe, a secretária do lar Mirtes Renata de Souza, sob a tutela de sua empregadora Sarí Corte Real, primeira dama de Tamandaré, enquanto caminhava com os cachorros da residência a qual prestava serviço, quando aconteceu o acidente. Sarí, que é casada com Sérgio Hacker (PSB) chegou a ser detida em flagrante por homicídio culposo, mas após o pagamento de fiança, no valor de R$ 20 mil, foi liberada para responder em liberdade.
"A morte do pequeno Miguel Otávio, trágica perda para a família, consterna a todos nós. Estamos tristes e comovidos, neste momento de luta pelo respeito à vida", postou em seu Twitter o governador de Pernambuco Paulo Câmara. "Mais um retrato da casa-grande brasileira. De um lado, a empregada doméstica obrigada a trabalhar em plena pandemia. Do outro, a patroa mais preocupada c/ o passeio do cachorrinho do que com a vida de uma criança negra. E o racismo despedaça mais uma família. #justicapormiguel", disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL/RJ) na mesma rede.
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Miguel pagou o preço dos caprichos da Casa Grande. Sua mãe e ele deveriam estar em casa, protegidos do vírus. Mas estavam servindo uma classe egoísta e cruel, que ñ para nem diante da morte. Mais uma vida negra perdida p/ as garras do racismo e da desigualdade! #justicapormiguel
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) June 4, 2020
Se iludem os que acham que a #JustiçaPorMiguel será feita com facilidade. As famílias Corte Real e Hacker são famílias tradicionais da política pernambucana com muito poder e influencia nas instituições. Vcs verão que Pernambuco ainda vive sob o comando de oligarquias familiares.
— Túlio Gadêlha (@tuliogadelha) June 4, 2020
Causa profunda tristeza e indignação a morte do menino Miguel. Vítima de uma desumanidade cruel e covarde, do descaso com a vida em sua fase mais vulnerável, a infância, que é quando mais são necessários respeito, afeto e cuidado. Que a justiça seja feita. #justicapormiguel
— Marina Silva (@MarinaSilva) June 4, 2020
Enquanto a mãe passeava c/ o cachorro da família, a patroa negligenciou e abandonou Miguel à própria sorte. O desprezo pela vida dos pobres, dos negros está arraigado na sociedade. O preconceito e o racismo desumanizam vidas e é contra isso q precisamos lutar! #justicapormiguel
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) June 4, 2020
Leia a notícia no Diario de PernambucoA síndrome de Casa Grande segue firme nas relações sociais do Brasil. Não é detalhe, o racismo é uma estrutura de exploração que fundou o Brasil, um câncer do nosso país.#justicapormiguel
— Carlos Lupi %uD83C%uDDE7%uD83C%uDDF7 (@CarlosLupiPDT) June 4, 2020